O vereador do Recife, Eduardo Moura (Partido Novo), e o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) protagonizaram uma troca de acusações acirrada nos últimos dias. O embate teve início após uma visita do parlamentar à Policlínica Barros Lima, onde ele denunciou supostas irregularidades no atendimento da unidade. Em resposta, o Simepe publicou uma nota oficial repudiando a postura do vereador, classificando-a como autoritária e desrespeitosa.
As denúncias de Eduardo Moura
Em publicações nas redes sociais, Eduardo Moura afirmou ter ido até a Policlínica Barros Lima para apurar denúncias de falta de atendimento médico e acabou encontrando algo ainda mais grave: indícios de fraude no registro de ponto dos médicos. Segundo ele, dois profissionais estariam afastados por atestado, mas não havia substitutos em seus lugares. Além disso, o parlamentar questionou a ausência do gestor da unidade e a falta de transparência na divulgação da escala médica para a população.
Moura também criticou o funcionamento da unidade, que, conforme informado a ele, estava operando apenas para casos graves (pacientes identificados com pulseiras vermelha e laranja). O vereador, no entanto, questionou o motivo pelo qual os médicos estariam na área de descanso utilizando celulares enquanto pacientes com pulseira verde aguardavam atendimento. “Isso é um absurdo! Nós vamos moralizar a saúde do Recife!”, escreveu ele.
A resposta do Simepe
Diante das acusações, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) reagiu com dureza. Em nota oficial, a entidade repudiou o que classificou como “conduta abusiva” do vereador Eduardo Moura. Segundo o sindicato, Moura invadiu a unidade de saúde sem autorização e expôs de forma irresponsável os médicos e demais profissionais, agravando um ambiente já instável devido às condições precárias da rede pública.
O Simepe acusou o vereador de utilizar sua posição para buscar “holofotes e autopromoção barata” ao atacar profissionais que trabalham mesmo diante da falta de estrutura. O sindicato reforçou que invasões a unidades de saúde não resolvem problemas e apenas geram instabilidade para trabalhadores e pacientes.
“Invadir unidades e expor profissionais não melhora a assistência à população, apenas transforma a dor dos pacientes em espetáculo de oportunismo barato”, criticou o sindicato. Além disso, o Simepe informou que tomará medidas legais contra o parlamentar, acionando as autoridades competentes para garantir que os médicos pernambucanos sejam respeitados e protegidos contra esse tipo de exposição.
