Trabalhadores em Educação de Pernambuco aprovam proposta de reajuste salarial com aumentos de até 8,38%

Mário Flávio - 24.04.2025 às 18:54h

Os trabalhadores da rede estadual de ensino de Pernambuco aprovaram, na tarde desta quinta-feira (24), a proposta de reajuste salarial apresentada após negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) e o Governo do Estado. A aprovação unânime conclui a pauta financeira da Campanha Salarial 2025 da categoria.

O acordo prevê reajustes que variam entre 6,27% e 8,38% para os professores, com repercussão em toda a carreira do magistério. Já para analistas e trabalhadores administrativos, o aumento será linear de 6,27%, incluindo o pessoal de apoio escolar.

Segundo o Sintepe, o reajuste alcança todos os servidores da Secretaria de Educação de Pernambuco – ativos, aposentados, efetivos e temporários. O pagamento será feito em junho de 2025, incluindo os valores retroativos referentes ao período de janeiro a maio para quem estava com salário abaixo do piso nacional da categoria.

Outro ponto destacado na negociação foi o destravamento da progressão nas faixas salariais. Os interstícios – intervalos entre faixas e classes que determinam aumento – foram alterados: entre as faixas A e B, o percentual sobe de 1% para 1,5%, e entre as classes I e II, de 2% para 2,5%. Já nas faixas C e D e nas classes III e IV, os interstícios permanecem inalterados.

A presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, comemorou os avanços. “O acúmulo da nossa luta e o diálogo com a sociedade conquistaram um bom resultado. Vamos seguir firmes na defesa da escola pública, da valorização dos profissionais e por investimentos na educação, que é essencial para o futuro dos nossos jovens e do nosso Estado”, afirmou.

Os analistas e administrativos também conquistaram a reorganização da carga horária entre 30 e 40 horas, conforme a necessidade do servidor, e um reajuste de 6,27% na gratificação, que será incorporada à aposentadoria.

Sobre a progressão de desempenho, o Sintepe reforçou que ainda há impasses. O sindicato rejeita a vinculação da progressão profissional ao desempenho dos estudantes, alegando que fatores estruturais também interferem nos resultados educacionais. “Merenda de baixa qualidade e salas quentes influenciam diretamente no desempenho. Essa responsabilidade precisa ser compartilhada com o governo e a sociedade”, destacou Ivete.

As pautas relacionadas à infraestrutura das escolas, qualidade da merenda e climatização das salas continuarão em debate nas próximas rodadas da Mesa de Negociação entre sindicato e governo.