Sindicato propõe medidas emergenciais para evitar aumento de contaminação dos profissionais de saúde

Mário Flávio - 21.04.2020 às 10:55h

Após a morte de mais uma Técnica em Enfermagem, Williane Maily Lins dos Santos, que ocorreu na última sexta-feira (17/04), o Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (SATENPE), tenta dialogar e propor medidas emergenciais ao Governo de Pernambuco para evitar aumento de mortes e possível colapso na saúde. De acordo com o boletim publicado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), nesta segunda-feira (20), foram 966 casos confirmados de trabalhadores com a covid-19.

Entre as medidas estão a testagem para todos os profissionais, afastamento imediato e a criação de local provisório para o trabalhador permanecer após sair do serviço, como leitos de retaguarda em hotéis e um fluxograma de atendimento específico, devido ao tratamento recebido de forma desumana e por ser possíveis agentes de contaminação para seus familiares e população.

Outra proposta, já encaminhada à Assembleia de Pernambuco (Alepe), é a criação de um Projeto de Lei que garanta o grau máximo de insalubridade, que corresponde a 40% do salário, aos trabalhadores da enfermagem de nível médio. Esse incremento também é para custear as despesas extras nesse momento de pandemia.

“Os profissionais de saúde estão morrendo e o governo ainda não percebeu a gravidade. Estamos preocupados, pois, não há investimento para quem está na linha de frente. O que aconteceu com a Williane é exemplo disso. Reforçamos um diálogo com o governador sobre a ausência de um plano de controle de proteção”, alertou o presidente do SATENPE, Francis Herbert.

Ele completou ainda que a categoria possui cerca de 15 mil profissionais, entre Auxiliares e Técnicos em Enfermagem vinculados à Secretaria Estadual de Saúde, com aproximadamente 30% desse número de infectados entre os profissionais testados até o momento. “Enquanto o governo nos chama de heróis, os profissionais estão se contaminando e levando o vírus para a sua casa. Precisamos que a SES, os municípios e a rede privada se reúnam com as entidades para traçar ações e evitar que a contaminação se espalhe. É impossível prestar assistência à sociedade sem proteger esses trabalhadores”, desabafou Francis.