O candidato a vice na chapa do PSOL, Severino Melo, voltou a ratificar a proposta de não ter salário, caso seja eleito. Por meio de nota, ele justificou a decisão. Segue a nota na íntegra.
NOTA – Já que eu defendo que as quatro mazelas da política brasileira são: O Analfabetismo Político, Partidos Políticos Com Dono, Políticos Profissionais e Reeleição, então nada mais justo que eu queira exercer um possível mandato sem dele me locupletar ou enriquecer sem razão de causa.
Quando lancei pela primeira vez, no ano 2000, o slogan do Vereador Voluntário Mandato Sem Salário, em disputa por uma vaga de vereador na Câmara Municipal do Recife, foi por pura indignação em relação ao Artigo 38, inciso terceiro, da Constituição da República, que permite ao Servidor Público Federal, Estadual ou Municipal, uma vez eleito vereador tenha a oportunidade de, concomitantemente, acumular os salários de Servidor Público ativo e Vereador.
Em 2004 e 2008, na condição de Agente de Polícia Federal dei esta mesma oportunidade ao eleitor de Caruaru que, caso tivesse me dado um assento na Casa Jornalista José Carlos Florêncio, teria passado quatro anos pagando a um vereador a menos.
Agora em 2012, já não pleiteio mais uma vaga de vereador em Caruaru, mas faço parte da majoritária do PSOL, juntamente com Fábio José 50. Não teria mais obrigação alguma de abrir mão do salário do mandato, pois desde março de 2010 estou aposentado do Serviço Público Federal, fazendo jus à minha remuneração da inatividade, ficando livre para exercer, inclusive, a Advocacia, como ora o faço e também qualquer cargo eletivo da República.
Mas, se o dinheiro da aposentadoria vem do povo e o salário do mandato também, é justo, portanto, que o salário temporário seja devolvido ao sofrido povo, através de instituições filantrópicas, caritativas, beneficentes, sérias e legalmente instituídas. Mas, isto é proposta de primeiro mundo e é possível que não esteja ao alcance do pronto atendimento do eleitor comum, que só deverá valorizá-la depois que a perdê-la.
Quanto a mim, estou muito tranquilo naquilo que faço e naquilo que penso de mim. Pois pouco me importa o que pensam de mim, o importante é o que eu penso de mim e a isso dá-se o nome de caráter.