Resultados preliminares anunciados na manhã desta segunda-feira pela autoridade eleitoral alemã confirmaram a vitória do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, nas eleições de domingo, as primeiras desde o anúncio da aposentadoria da chanceler Angela Merkel. O candidato do SPD, o atual vice-chanceler e ministro das Finanças, Olaf Scholz, disse nesta segunda ter um mandato claro para formar um governo, buscando uma aliança com os Verdes e os liberais, os fiéis da balança, naquela que poderá ser a primeira coalizão tripla desde os anos 1950.
A costura, contudo, promete ser difícil, podendo levar de semanas a meses, paralisando a política alemã até que um consenso seja obtido.
Em uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, Scholz voltou a dizer que espera uma resolução antes do Natal e, tentando dissipar preocupações com um impasse prolongado, disse que “a Alemanha sempre teve governos de coalizão e sempre foi estável”, prometendo modernizar o setor industrial e combater a crise climática.
“Os eleitores falaram claramente e disseram quem deve compor um novo governo”, afirmou Scholz em uma entrevista coletiva.
“Eles fortaleceram três partidos: os social-democratas, os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP). E, portanto, é claro o mandado que os cidadãos desse país desejam. Estes três partidos devem formar um novo governo”.
Os social-democratas tiveram um grande avanço nas urnas em comparação com 2017, enquanto a União Democrata Cristã (CDU) de Merkel, de centro-direita, teve seu pior resultado histórico, algo que parcela de seus correligionários põe na conta do impopular candidato Armin Laschet, governador da Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais atingido pelas enchentes que mataram 180 pessoas em julho. A sigla, ainda assim, promete continuar a lutar, mas analistas apontam que sua chance de sucesso é muito pequena.
“Faremos o possível para continuar a liderar o governo”, disse Laschet.