O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores em Olinda anunciou, hoje, que se manterá neutro em relação aos dois prefeituráveis que seguem no segundo turno. A legenda também se pronunciou sobre a decisão de ter lançado candidatura própria na cidade, representada pela deputada estadual Teresa Leitão, que ficou em quinto lugar.
Para o grupo, a medida foi um acerto, pois, segundo o diretório, “apresentou ao eleitor o conteúdo político e programático do PT”.
Além disso, o partido coloca o PSB e o Solidariedade, dos candidatos Antônio Campos e Professor Lupércio, respectivamente, no que chama de “campo conservador” e diz que as duas siglas foram protagonistas no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Leia a nota na íntegra:
As eleições municipais realizadas em primeiro turno, em todo o país, foram marcadas por uma forte estratégia para derrotar o PT e tentar inviabilizar qualquer perspectiva de formação de um lastro político que permita, em 2018, o retorno do projeto que assegurou conquistas sociais e ampliou o acesso a direitos, vivenciado nos governos Lula e Dilma.
A ofensiva desferida contra o PT, em curso nos últimos anos, foi amplificada em verdadeira operação Boca de Urna, com ações midiáticas de grande impacto.
A certou o PT de Olinda em definir por uma candidatura própria que, em meio a outras oito postulações, conseguiu se destacar em conteúdo político e programático, cumprindo rigorosamente a resolução do Diretório Nacional.
A despeito de toda onda de ataques ao PT e da descrença na política, nossa candidatura chegou em todos os recantos de Olinda, em uma campanha respeitosa, alegre e propositiva, depois de 24 anos sem que o PT apresentasse uma candidatura própria na cidade. Não logramos êxito eleitoral, mas plantamos uma semente política de boa qualidade.
As eleições em Olinda serão definidas em 2º turno, cuja disputa nos coloca diante de duas candidaturas, com perfis distintos, mas uma base comum conservadora, cujos partidos protagonizaram o recente episódio do impeachment da presidenta Dilma, sendo o PSB o definidor dos votos deste processo.
Ambos pregam o discurso da mudança, frente a forte rejeição à atual gestão, explicitada na campanha e confirmada no resultado eleitoral. O do Solidariedade, se baseia na identidade com Olinda, onde nasceu e se criou, sendo conhecedor dos seus problemas. O do PSB, se baseia na experiência estadual da família com quem teria aprendido a governar.
Se por um lado, o candidato do Solidariedade, embora possua vínculos fora de Olinda ainda não expôs o seu palanque, o candidato do PSB já alardeia os apoios de Aécio Neves e Jorge Dória como figuras nacionais.
Esse contexto político e esse perfil de candidaturas requerem um posicionamento do PT, respeitando as relações construídas com a população ante o programa de governo apresentado durante a campanha e considerando os campos políticos da disputa nacional de projetos – os dois vértices de um pleito municipal.
Diante do exposto, o PT reafirma as propostas contidas em seu programa de governo e sua intransigente defesa da democracia, isentando-se de declarar apoio às candidaturas que disputarão o segundo turno.
Esta posição política reflete a defesa da construção de uma cidade educadora, da tolerância e respeito à diversidade, do apoio à cultura e de um desenvolvimento econômico sustentável inclusivo e socialmente justo.
Comissão Executiva Municipal