Após as críticas do deputado estadual João Paulo (PT) à gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o presidente estadual do PSB, deputado Sileno Guedes, respondeu com contundência às declarações feitas pelo petista durante entrevista ao videocast Cena Política, do Sistema Jornal do Commercio. Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira (20), Sileno acusou João Paulo de agir por “dor de cotovelo” e adotou um tom duro ao rebater a afirmação de que ao atual prefeito falta “amor pelo povo e pela cidade”.
Para o presidente do PSB, as críticas são infundadas e ignoram dados concretos da atual administração municipal. “Na atual gestão, a capital pernambucana recebeu o maior investimento em áreas de morro de sua história – uma média de três ações por dia – e atingiu a marca de 70% de seu orçamento voltado às periferias. A cada dia, João Campos supera seus próprios recordes”, afirmou. Como exemplo, citou a Ação Inverno 2025, que conta com aportes de R$ 322,9 milhões — três vezes mais que os recursos aplicados em 2021.
Sileno também atacou o posicionamento político de João Paulo em relação ao Governo de Pernambuco, chefiado por Raquel Lyra (PSD), adversária direta do PSB. Segundo o socialista, o petista tem demonstrado conivência com medidas que afetam negativamente os mais pobres, como a elevação do ICMS em 2023, aprovada com seu voto na Assembleia Legislativa.
“A mesma adesão pouco crítica às pautas do governo se repetiu na discussão sobre as faixas salariais dos policiais militares, em 2024. Também não vimos declarações tão duras do deputado sobre o desmonte praticado pelo Governo Raquel Lyra contra programas fundamentais para a população mais pobre, como o Mãe Coruja, o 13º do Bolsa Família e a CNH Popular”, disse Sileno.
O presidente do PSB reforçou que a população do Recife já deu sua resposta nas urnas, ao reeleger João Campos com a maior proporção de votos da história da cidade. “Rugir como um leão contra o prefeito do Recife e ronronar como um gatinho manhoso para receber afagos da governadora de Pernambuco é uma escolha do deputado. Seria algo mais honesto, porém, se não recorresse a dois pesos e duas medidas”, ironizou.
A nota termina com uma crítica direta à leitura feita por João Paulo sobre a realidade da capital e do estado: “Pelo visto, o povo ao qual João Paulo se refere não é o mesmo que vivencia as conquistas e desafios do dia a dia e sabe diferenciar quem realmente tem compromisso com as causas populares.”
A troca de farpas entre figuras tradicionais do campo progressista em Pernambuco acirra os ânimos às vésperas de definições estratégicas para as eleições de 2026 e evidencia fissuras na histórica aliança entre PT e PSB no estado.
