Polícia Federal desarticula esquema de fraudes previdenciárias

Mário Flávio - 13.03.2025 às 06:05h

A Polícia Federal com o apoio da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária (CGINP) da Força-Tarefa Previdenciária, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12/03), a Operação UNBLOCK. A ação teve como objetivo desarticular um esquema de fraudes previdenciárias que contava com a participação de um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Como parte da operação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na cidade de Garanhuns, expedido pela 28ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, contra o servidor investigado. Durante a diligência, foram apreendidos um notebook, um smartphone e uma pistola calibre 9mm. A posse da arma de fogo de calibre restrito ensejará a abertura de um novo inquérito policial, para apuração do crime de posse ilegal.

Além da apreensão dos equipamentos e da arma, a Justiça Federal, atendendo a pedido da Polícia Federal, determinou o afastamento cautelar do servidor público de suas funções no INSS.

As investigações revelaram que o esquema consistia em desbloquear indevidamente benefícios previdenciários, permitindo a contratação de empréstimos consignados sem a solicitação do titular ou de seu representante legal.

Em um dos casos analisados, o servidor manipulou um benefício pertencente a um titular incapaz, removendo o representante legal da conta e liberando a averbação do empréstimo.

As fraudes teriam sido praticadas desde meados de 2022, com o desbloqueio de aproximadamente 70 mil benefícios em todo o Brasil, abrangendo as 27 unidades da federação.

O volume financeiro envolvido na concessão de empréstimos consignados a partir dessas liberações fraudulentas é estimado em R$ 945 milhões. Muitos desses valores podem ter sido concedidos sem o conhecimento dos beneficiários.

O nome da operação, UNBLOCK (em português, “desbloquear”), faz referência ao ato irregular praticado pelo servidor do INSS, que desbloqueava os benefícios para permitir a liberação dos empréstimos consignados.

Com a análise do material apreendido, a Polícia Federal espera reforçar as provas já obtidas e aprofundar as investigações, identificando outros possíveis envolvidos no esquema.

Os crimes investigados incluem inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção, cujas penas somadas podem ultrapassar 24 anos de reclusão.