A Polícia Federal com o apoio da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária (CGINP) da Força-Tarefa Previdenciária, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12/03), a Operação UNBLOCK. A ação teve como objetivo desarticular um esquema de fraudes previdenciárias que contava com a participação de um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Como parte da operação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na cidade de Garanhuns, expedido pela 28ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, contra o servidor investigado. Durante a diligência, foram apreendidos um notebook, um smartphone e uma pistola calibre 9mm. A posse da arma de fogo de calibre restrito ensejará a abertura de um novo inquérito policial, para apuração do crime de posse ilegal.
Além da apreensão dos equipamentos e da arma, a Justiça Federal, atendendo a pedido da Polícia Federal, determinou o afastamento cautelar do servidor público de suas funções no INSS.
As investigações revelaram que o esquema consistia em desbloquear indevidamente benefícios previdenciários, permitindo a contratação de empréstimos consignados sem a solicitação do titular ou de seu representante legal.
Em um dos casos analisados, o servidor manipulou um benefício pertencente a um titular incapaz, removendo o representante legal da conta e liberando a averbação do empréstimo.
As fraudes teriam sido praticadas desde meados de 2022, com o desbloqueio de aproximadamente 70 mil benefícios em todo o Brasil, abrangendo as 27 unidades da federação.
O volume financeiro envolvido na concessão de empréstimos consignados a partir dessas liberações fraudulentas é estimado em R$ 945 milhões. Muitos desses valores podem ter sido concedidos sem o conhecimento dos beneficiários.
O nome da operação, UNBLOCK (em português, “desbloquear”), faz referência ao ato irregular praticado pelo servidor do INSS, que desbloqueava os benefícios para permitir a liberação dos empréstimos consignados.
Com a análise do material apreendido, a Polícia Federal espera reforçar as provas já obtidas e aprofundar as investigações, identificando outros possíveis envolvidos no esquema.
Os crimes investigados incluem inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção, cujas penas somadas podem ultrapassar 24 anos de reclusão.
