A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou a em Caruaru a “Operação Hidra”, para apurar ação de
organização especializada em crimes contra a administração pública e lavagem de
dinheiro. Formado por agentes públicos, servidores, empresários e particulares, o grupo
criminoso atuava no sertão do estado.
A operação movimentou um efetivo de 214 policiais federais, que
cumprem 86 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal
Regional Federal da 5ª Região, em endereços localizados nos municípios de Recife,
Camaragibe, Caruaru, Arcoverde, Ibimirim, Afogados da Ingazeira, Itacuruba, Inajá e
Salgueiro.
As investigações tiveram início a partir de acordo de colaboração premiada,
homologado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), cujas informações
permitiram angariar indícios de associação criminosa, tais como: obtenção de dados
financeiros, demonstrando a existência de movimentações indicativas de lavagem de
dinheiro (possivelmente decorrente de corrupção e/ou de desvio de recursos públicos);
constatação da inexistência de empresas contratadas pela prefeitura ou da
insuficiência/incapacidade de outras para fornecer os objetos licitados; verificação da
existência de vínculos suspeitos entre os proprietários das empresas contratadas; e,
ainda, análise de processos licitatórios com indicativos de contratações diretas
irregulares, superfaturamento e fraudes.
A investigação apurou que o gestor municipal investigado teria contratado empresas
“fantasmas” e ligadas ao mesmo grupo ou aos mesmos empresários, para o
fornecimento de material e prestação de serviços nas áreas de saúde (aquisição de
medicamentos e serviços de consultas médicas), obras de engenharia e
terraplanagem/pavimentação e locação de veículos.
Em licitações realizadas pelo município, há indícios da indicação, por um dos
empresários beneficiados pelo esquema, de pessoa que assumiria o cargo de pregoeiro,
com o fim de garantir a vitória de empresas previamente selecionadas.