Perpétua: “Era persona non grata no governo de Raquel”

Mário Flávio - 22.09.2021 às 05:45h

Na entrevista desta terça-feira (21) tivemos a presença na Rádio Cidade da vereadora Perpétua Dantas (PSDB). Ela iniciou a entrevista explicando o porquê de mudança de posicionamento com relação ao governo Raquel Lyra (PSDB).

A tucana parafraseou Mário Covas para justificar a ida para a oposição. “Não basta estar ao lado, é preciso pegar na mão” e completou que não adianta viver um casamento de fachada ou uma relação de conveniência. Com essas palavras a vereadora definiu seu sentimento com relação à gestão.

A vereadora foi enfática quando afirmou que esperava existir um debate de ideias e que os projetos de lei seriam discutidos com a gestão, mas na prática, segundo ela, os vereadores foram chamados uma única vez junto a Raquel Lyra, para uma reunião sobre a relação entre os poderes e os interesses do governo.

Ela perecebeu-se como “persona non grata” e a gota d’água, de acordo com Perpétua, foi a votação das emendas da LDO, que ela apresentou, mas que foram rejeitadas pelos vereadores da base governista.

Perpétua deixou claro que ao final das contas, não está em rota de colisão ou em enfrentamento, apenas está na defesa das pautas do mandato.

Perguntada sobre a reação da população nas redes sociais, a vereadora disse que recebeu solidariedade das pessoas e que essa posição não foi uma surpresa para aqueles que a conhecem.

Perpétua vê que algumas políticas na área de educação, cultura, idosos, LGBTQIA+, por exemplo, estão indo por um caminho que ela denomina de neoliberal e que não compactua com esse estado de coisas.

E segundo ela, não era assim no mandato anterior, o que para ela fica claro que cada mandato é único por isso. Ela disse ainda que estava confortável com o partido no aspecto nacional e que a dissidência está relacionada com o “passo atrás do governo Raquel com as políticas públicas que acredita”.

Ainda assim não descartou no futuro ir para outro partido, até porque na epóca da eleição, segundo Perpétua, a vontade era ter ido para o Cidadania, mas a conjuntura política a colocou no chapão do PSDB.

Quanto à aproximação com os deputados José e Wolney Queiroz, ambos do PDT, afirmou que eles são de Caruaru e lutam pelas mesmas causas de inclusão social que ela defende historicamente. E isso abre um diálogo que pode prosperar no futuro.

Sobre a chegada ao grupo de oposição, ela explicou que está confortável porque há muito tempo já era “perseguida pela gestão da prefeita Raquel Lyra” e que por isso a relação com Fagner Fernandes (PDT) é a melhor possível dentro da Câmara, bem como com o Cabo Cardoso (PP), que é Bolsonarista assumido, mas que nas discussões de várias políticas públicas, ambos se entendem.

Sobre a possibilidade de reeleição sem o apoio da prefeita e da máquina, considerou que o eleitor dela é de opinião e não um voto de assistencialismo, e que, por isso, continuará na questão das pautas do mandato como um norte que a guia.