A Comissão Intergestores Bipartite (CIB-PE), espaço de pactuação que reúne Estado e os municípios pernambucanos, discutiu, na manhã desta quinta-feira (26.08), a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para as pessoas com imunossupressão e de idosos a partir dos 70 anos. O assunto também foi tema, nesta manhã, do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. O debate aconteceu com base nas informações repassadas pelo Ministério da Saúde (MS). Como o informe técnico, com os dados oficiais, chegou apenas após a reunião, a pactuação ocorrerá em um novo encontro.
Segundo o órgão federal, os indivíduos imunossuprimidos deverão fazer o reforço vacinal a partir do 28º dia após a segunda dose. Já os idosos devem fazer seis meses após a segunda. A expectativa do MS é que a estratégia comece a partir de 15 de setembro. Essa imunização deve ser feita, prioritariamente, com o imunizante da Pfizer. De maneira alternativa, também pode ser usada a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca. O secretário estadual de Saúde, André Longo, frisou que o Ministério da Saúde enviará insumos específicos para essa estratégia e que a ação é paralela à vacinação de primeira e segunda doses.
O objetivo dessa dose de reforço é ampliar a resposta imune do organismo no público considerado mais suscetível à doença, evitando a morbimortalidade. De acordo com o Ministério, a proteção dada pela vacina pode decair ao longo dos meses, sendo necessário ampliar essa resposta imune. O órgão federal ainda frisa que os imunodeprimidos normalmente apresentam resposta reduzida às diferentes vacinas disponíveis no calendário vacinal brasileiro, havendo, inclusive, esquemas de vacinação adaptados para esse público.
“Com o avanço da vacinação nos maiores de 18 anos e a inclusão dos adolescentes de 12 a 17 anos, estamos agora em um momento epidemiológico que é importante avançar em outras medidas para que a comunidade brasileira seja realmente imunizada e protegida de forma adequada. Foi observado que para os idosos acima de 70 anos e os imunocomprometidos graves, eles apresentam uma redução na proteção pós-vacina com o passar do tempo. Isso acontece independentemente da vacina administrada. Com o avançar da variante Delta no Brasil, há a preocupação de garantir que esses grupos mais vulneráveis recebam uma dose de reforço para complementar seu esquema vacinal”, disse o pediatra Eduardo Fonseca, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e membro do Comitê Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. “Acreditamos que, com a continuidade do esquema em toda a população acima de 18 anos, garantindo a segunda dose para todos, garantindo a extensão dos adolescentes, essa outra orientação irá somar e, assim, será um caminho para controlar a pandemia”, reforçou.
A superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, lembrou que, além desse reforço, ainda é preciso continuar chamando a atenção para a finalização dos esquemas com duas doses. “A gente está preocupado com essa dose de reforço, mas precisamos nos preocupar também com a segunda dose. Atualmente, são mais de 400 mil pessoas com a finalização do esquema vacinal em atraso, de acordo com sistema de informação do Ministério da Saúde. Os municípios precisam ficar atentos a isso, para que possamos chegar às metas estabelecidas em cada grupo prioritário e também na população em geral. Os gestores precisam fazer busca ativa, ir até onde as pessoas estão, para evitarmos bolsões suscetíveis à doença”, ratificou.
O Ministério da Saúde também informou que, a partir de setembro, reduzirá o intervalo entre a primeira e segunda dose das vacinas da Pfizer e Astrazeneca para a partir de oito semanas (60 dias), ao invés de 12 semanas (90 dias). O Estado já havia pactuado a possibilidade da segunda dose da Astrazeneca ser feita a partir de 60 dias a depender de estoque de dose 2 nos municípios.
Essas estratégias foram lançadas a partir da decisão conjunta entre Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 do MS e os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).