A condução da pandemia pelo governo federal motivou discursos no tempo reservado à Comunicação de Lideranças Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) A deputada Laura Gomes (PSB) fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro por “não agir com responsabilidade para dar assistência às crianças que perderam pais ou responsáveis”. Em resposta, o deputado Alberto Feitosa (PSC) defendeu as medidas da gestão, condenando, por outro lado, a atuação estadual e municipal.
A socialista participou de evento on-line da Coalizão Nacional de Órfãos da Covid, que congregou gestores e militantes dos direitos humanos. Ela reforçou haver um processo de invisibilização da orfandade decorrente da pandemia em âmbito nacional, em contraposição aos esforços de estados e municípios para dar suporte a crianças e adolescentes.
“Em Pernambuco, propus em junho, por meio de indicação ao governador Paulo Câmara, a concessão de um auxílio a essas pessoas. A iniciativa virou lei em agosto, o Executivo editou decreto regulamentando e começou o cadastramento dos jovens”, relatou a parlamentar. Para ela, também o Governo Federal precisa atuar no problema. “Essa parcela da população não pode ficar desamparada. É uma questão ética.”
Laura Gomes falou dos milhares de pessoas que morreram em decorrência do novo coronavírus, “com números muito superiores a diversos países”. “A gestão de Bolsonaro colocou-se como aliada do vírus, investindo na venda de ivermectina e cloroquina, e não na compra de vacinas para proteger a população. Não podemos esquecer a postura danosa da política federal”, frisou.
Por sua vez, Alberto Feitosa endossou as medidas adotadas pelo Governo Federal para combate à pandemia. “Em termos de compra de vacinas, o Brasil é o terceiro país do mundo que mais adquiriu imunizantes. Além disso, foram investidos milhões de reais para ajudar a população mais carente e outros bilhões foram direcionados a Estados e municípios”, considerou.
“Contudo, muitas gestões, como as de Pernambuco e do Recife, desviaram recursos para compra de respiradores jamais testados”, rebateu o parlamentar. Ele ainda condenou a permissão dada, no Estado, à realização de festas privadas: “Só quem não pode se divertir é o povo pobre”.
Laura Gomes também aproveitou o discurso na tribuna para registrar o Dia Nacional da Assistência Social, celebrado ontem. A data remete à promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social, em 1993. Definida pela norma como direito do cidadão e dever do Estado, a área e os profissionais que atuam nela foram enaltecidos pela socialista: “Merecem nossos aplausos e nossa solidariedade”.