Em conversa com o Blog do Mário Flávio, o prefeito de Caruaru, Zé Queiroz (PDT), analisou o período de negociações entre governo municipal e as categorias dos médicos e professores da rede municipal, estes últimos ainda em campanha de reivindicações na cidade, contra diversos pontos da atualização do Plano de Cargos e Carreiras. Questionado porque foi menos crítico solucionar o impasse com os médicos nesses primeiros meses de gestão, do que com os professores, o prefeito ressaltou que cada categoria tem suas particularidades. Contudo, ele garantiu: acompanhando a atualização do piso nacional, os professores teriam tido mais vantagens que os médicos.
No contexto
Câmara de Caruaru presta informações ao TJPE sobre votação do PCC dos professores nesta segunda (17)
Após uma longa reunião, impasse entre professores e prefeitura continua
“É a visão de cada categoria. Com os médicos acertamos o aumento de 5,83%, eles pediram um complemento para igualar um estado de 3,17% em outra data e tudo chegou a um consenso. Mas observe uma coisa, demos o aumento do professorado em janeiro. Além disso, incorporamos a gratificação. O salário do professor é R$ 1.567, nós estamos pagando ao professor concursado de Ensino Fundamental, de 200h, R$ 2.114, ou seja, eles tiveram mais vantagens do que os médicos. Mas entendem que devem fazer um julgamento de futuro. E aí paciência… A gente não pode trabalhar com um julgamento de futuro, porque não podia estar havendo nem discussão, pois discussão salarial de professor foi em janeiro, eu paguei. Mas, eu tenho certeza que o professor, quando faz a estatística, das aplicações que nós realizamos em educação, da valorização do professor, da construção de novas escolas, do tratamento dado ao aluno, ele se convence de que nós fizemos na verdade o melhor pela Educação. Mas, eu tenho que respeitar os pontos de vista da categoria. Eu não posso concordar, para ceder, mas respeitar democraticamente”, avaliou Queiroz, levando em conta que os médicos aceitaram a última proposta enviada pela prefeitura.
Atualmente, a prefeitura retomou o diálogo com os professores, representados pelo SISMUC Regional, através da Mesa de Negociação Permanente, e tenta chegar a um consenso com a categoria. Entretanto, um dos impasses está em balancear a pauta de reivindicações dos servidores com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Por exemplo, a prefeitura propôs para os novos concursados 12% para professor com pós-graduação, podendo reajustar esse valor para 15% conforme reivindicado pela categoria e que vai passar por análise do Executivo Municipal, 20% ao educador com Mestrado e 30 % para o docente que tem Doutorado. Na última reunião da Mesa, no dia 04 de junho, discutiu-se ainda a Integralização da Gratificação de Regência ao Salário Base em Sala de aula; Critérios para Avaliação de Desempenho; e prazos para licença remunerada. Os servidores querem levar para negociação a desintegralização da gratificação de regência.
Em paralelo a isso, o SISMUC aguarda a análise do Tribunal de Justiça de Pernambuco das informações solicitadas à Câmara Municipal de Caruaru e à Prefeitura Municipal, a respeito da votação da atualização do PCC no fim de janeiro. A secretaria jurídica do Legislativo confirmou que enviou as informações ainda na segunda-feira (17).