Os desafios de Osório Chalegre, novo procurador de Caruaru

Mário Flávio - 22.12.2011 às 08:00h

Desde a saída de João Alfredo Beltrão, que muito foi especulado sobre o novo procurador da prefeitura de Caruaru. O nome escolhido pelo prefeito Zé Queiroz para assumir a Pasta é Osório Chalegre. Nessa entrevista ele revela como será a gestão a frente desse importante órgão da administração muncipal.

O que pesou para o senhor aceitar o convite feito pelo prefeito Zé Queiroz?

Acima de tudo, o compromisso com o grupo. Milito na política desde 1978, quando tinha 12 anos, na campanha de Jarbas ao senado. Entendo que mais que um cargo, ou um emprego, uma tarefa… Temos que ter um compromisso político com um projeto, por isso aceitei, não poderia recusar, mesmo sabendo que no CaruaruPrev, após resolver todas as broncas que herdamos, estávamos em uma situação muito mais estável.

Mas o trabalho é bem diferente do CaruaruPrev. O sehor está pronto para o desafio?

Realmente, é um desafio. Fui Secretário de Administração e Assuntos Jurídicos no governo João Lyra Neto, no tempo em que a procuradoria era subordinada à SAAJ. Desde 1997 que minha vida profissional é ligada à administração pública. Minhas duas pós graduações (especializações) e meu mestrado são na área. Mas não é uma questão apenas de curriculum. Reconheço que existem muitos juristas com conhecimento muito mais aprofundado que o meu. Mas esse cargo transcende a mera função de advogado. É um cargo eminentemente gerencial e de articulação. É esse o desafio que pretendo encarar.

A procuradoria tem dois problemas complicados para resolver. Primeiro a questão da entrega das casas das pessoas que moravam em Serra dos Cavalos. Como o senhor vai agilizar esse processo?

Primeiro vou me inteirar dos detalhes de cada um dos problemas, que estão afetos à Procuradoria. Vou conhecer a equipe, conversar, buscar as respostas e os dados sobre cada uma das demandas da secretaria. Claro que isso leva algum tempo.

A outra questao diz respeito as pessoas que foram atingidas pela enchente de 2004. As casas que seriam destinadas a elas no Fernando Lyra foram invadidas antes de serem terminadas. Por isso, as vítimas da cheia nunca receberam as casas, voltaram para a área de risco e chegaram a ser despejadas. Como resolver esse problema?

Como disse anteriormente, cada caso tem suas especificidades, sua história, suas dificuldades e seus entraves jurídicos. Seria uma irresponsabilidade opinar antes de me assenhorar de todos os detalhes de cada caso, mas tenho um compromisso com o Prefeito de agilizar os gargalos.

O senhor vai levar alguém da sua equipe para a procuradoria ou vai manter a estrutura antiga?

Estou me reunindo com o procurador interino, Antonio Ademildo, buscando obter um perfil preliminar da equipe e da estrutura, inclusive das dificuldades em relação ao quadro de pessoal. A partir daí verei se necessito de levar alguém para auxiliar no trabalho, mas, a priori, a atual estrutura deve se quase toda mantida.

Qual o balanço que o senhor faz nesses três anos a frente do CaruaruPrev?

Extremamente positivo. Saimos de uma situação de penúria e de invisibilidade institucional, para uma recuperaçao de credibilidade junto ao servidor. Hoje, todo servidor tem conhecimento do CaruaruPrev e das mudanças importantes que temos implementado. Nesses três anos, mudamos de sede, implantamos (de verdade) o Conselho Municipal de Previdência, fizemos a primeira conferência, a cartilha do servidor e, acima de tudo, temos tido um compromisso do prefeito José Queiroz em repassar os valores devidos à previdencia. Situação bem diferente do descaso dos governos que nos antecederam. Hoje, o servidor sabe que ao requerer sua aposentadoria ela será analisada e concedida com a celeridade que ele merece, com o respeito que ele merece. Isso não é favor nenhum. É um compromisso assumido pelo prefeito que nos empenhamos em cumprir com a máxima eficiência possivel com uma equipe pequena, jovem e altamente preparada para responder a essas demandas.

Ao contrário do ex-procurador, o senhor goza de um bom relacionamento com a imprensa. Vai manter a mesma linha de diálogo na procuradoria?

Não pretendo mudar o meu relacionamento com a imprensa. Franco, claro, aberto, respeitoso (inclusive com opiniões contrárias). O cargo muda, eu continuo o mesmo. Inclusive em relação às redes socials (twitter e facebook), que entendo como instrumentos fundamentais na democratização da informação.