“Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso, subserviente. (…)” Esta é apenas uma das frases de Joaquim Barbosa, indicado por Lula em 2003, na época as manchetes o apresentavam como “o ex-faxineiro indicado pelo ex-torneiro mecânico” e “o primeiro negro no STF”, agora, se transforma num herói pela maneira que tem se comportado.
Em 6 de maio de 2008 tomou posse como vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sendo o presidente o Ministro Carlos Ayres Britto. E agora, no mais polêmico julgamento desde que tomou posse no tribunal, Joaquim Barbosa votou a favor da tese de que políticos condenados em primeira instância poderiam ter sua candidatura anulada, embora tenha sido voto vencido nesta questão.
Filho de mãe dona de casa e pai pedreiro, Joaquim Barbosa nasceu numa família de sete irmãos. Estudou em escola pública e trabalha desde os 10 anos de idade. Saiu de casa aos 16 para tentar a sorte em Brasília. Na capital, trabalhou como faxineiro no Tribunal Regional Eleitoral e, mais tarde, em gráficas de jornais. Conseguiu uma vaga no curso de direito da UnB e passou a trabalhar de madrugada para estudar durante o dia. Formado, prestou concurso para oficial da chancelaria do Itamaraty e foi aprovado. Mais tarde, tornou-se procurador e, finalmente, o primeiro ministro negro do STF. É fluente em inglês, francês, alemão e espanhol e toca piano e violino desde a adolescência.
Não aliviou o PT no julgamento do mensalão. Na primeira etapa, já condenou o deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, por corrupção passiva, provocando quinta 30, sua renúncia à candidatura a prefeitura em Osasco.
Tem posições bem definidas e coerentes. Demonstra defesa incondicional em certas questões.
Vida longa e saudável para Barbosa, que ao aproximar-se a chamada “semana da pátria” nos honra e nos faz acreditar que existe sim na política gente de boa fé.
Curió na gaiola
Em uma decisão inédita, a Justiça Federal em Marabá, no Pará, decidiu processar o coronel da reserva do Exército brasileiro Sebastião Curió Rodrigues de Moura e o major da reserva Lício Augusto Maciel por crimes cometidos durante a Guerrilha do Araguaia. As denúncias do Ministério Público Federal (MPF) contra os militares foram aceitas na quarta-feira 29, pela juíza Nair Pimenta de Castro, da 2ª Vara Federal em Marabá.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à ditadura militar. Até hoje, dezenas de militantes da guerrilha estão desaparecidos.
Pra pensar…
“O homem novo não vive só de pão; vive de pão e utopia”
Dom Pedro Casaldáliga
*Paulo Nailson é dirigente político com atuação em movimentos sociais, Membro da Articulação Agreste do Fórum de Reforma Urbana (FERU-PE) e Articulador Social do MTST. Edita a publicação cristã Presentia. Foi dirigente no PT municipal por mais de 10 anos. Cursa Serviço Social.