Após o fim das apurações nas duas cidades em Pernambuco, Olinda e Paulista, a governadora Raquel Lyra (PSDB), ganha um fôlego considerável para o projeto de reeleição em 2026. Historicamente os governadores de Pernambuco sempre são reeleitos, apesar dos altos e baixos no caminho. Mas, por vezes, a governadora tem visto seu palco ser “dividido” com a jovem liderança João Campos (PSB), atual prefeito do Recife que foi reeleito com uma absoluta aprovação.
O prefeito tem furado a bolha de Pernambuco e se alçado, sem sombra de dúvidas, como uma promissora liderança política dentro e fora do estado. Raquel não esteve disputando eleição em 2024 diretamente, mas sim politicamente, em uma espécie de “Fla x Flu” ela e João Campos se enfrentaram representados na figura dos seus aliados. Em Paulista, o candidato Ramos (apoiado pela governadora) disputou contra o candidato do partido de João Campos, o Júnior Matuto.
Ramos foi eleito prefeito da cidade, dando vitória política a governadora. O mesmo caso se repetiu em Olinda, a candidata Mirella Almeida (PSD), apoiada pela governadora, venceu o candidato do PT, Vinicius Castello, apoiado por João Campos. Ao fim, a governadora obteve a vantagem e fez o maior número de prefeituras, 33 no total.
Essa “derrota” eleitoral para o prefeito do Recife acende um alerta para o futuro, afinal 2026 é logo ali, será preciso entender até que ponto sua liderança é decisiva, sua possível futura candidatura ao governo do estado em 2026, é segura eleitoralmente falando? Com o apoio irrestrito do Recife, mas sem segurança eleitoral nas cidades vizinhas, é um indicativo de repensar novas rotas? Perguntas que precisam ser compreendidas e analisadas para os próximos passos políticos do prefeito do Recife.
Já a governadora de Pernambuco teve seu desempenho avaliado como um dos piores do Brasil, também teve desentendimentos com a Assembleia, mas tem apostado no tempo, na base ampla e em grandes obras de investimentos, principalmente nos gargalos das gestões passadas, e espera ver ao fim do seu mandato, conseguir pegar tração seu projeto de reeleição. Sem dúvidas, Raquel saiu bem maior que entrou na eleição desse ano.
*Victória Oliveira é jornalista
