Quando vejo na imprensa manchetes que dão conta que, mesmo depois de dois anos do terremoto, seguindo de tsunami e consequentemente do vazamento radioativo, o Japão, excelência no uso da energia nuclear, ainda sofre dos males causados pelo acidente. Aliás, o governo japonês anunciou semana passada que pretende colocar um refrigerador no solo contaminado para tentar conter a água radioativa e evitar a contaminação da área residencial próxima do local. Incrível, né? Porém, minha preocupação, é com um perigo que está bem mais próximo.
O Governo Federal pretende instalar em terras pernambucanas, uma dessas no município de Itacuruba, Mesorregião do São Francisco a 470 km do Recife e população de pouco mais de 4 mil habitantes. Aliás, é a primeira a ser instalada no Nordeste e o investimento é de aproximadamente 10 bilhões. O que a primeira vista parece um bom negócio, traz na realidade uma grande preocupação.
Se países como EUA, Canadá e Japão que há décadas dominam todo o processo de produção dessa forma de energia começam a desativar seus reatores com medo de novos acidentes. Imaginem o Brasil, como país de 3º mundo que é, e que nada funciona como desejado. Pior, imaginem isso acontecendo (que Deus nos livre) aqui em Pernambuco.
Em meio a toda essa discussão, leio no editorial do Jornal do Commercio do último 04.09 a seguinte exclamação: “O Brasil é detentor do maior potencial de geração de energia eólica em todo o mundo”. Entanto, apenas 1,59% da energia produzida no País é da energia gerada pelas forças do vento. Como pode uma coisa dessas!?
Enquanto o mundo busca por formas de energia limpa, estamos nós, com o maior potencial, fazendo o caminho inverso. E, procurando sarna para se coçar.
*Carlos Alexandre da Silva
Servidor público e mantem o blog: www.alexandredecaruaru.com.br