A eleição do novo presidente da Argentina trouxe à tona uma grande diversidade de opiniões quase sempre risíveis e falaciosas sobre o recém-eleito governante vizinho.
Boa parte da mídia, repleta de “lugares comuns” e preconceitos gestados nas próprias faculdades onde estudaram, sequer entendem O QUE Javier Milei é, ou, ao menos, o que ele alega ser.
Desde sempre, Javier Milei se autodeclarou um LIBERTÁRIO: não, amigos leitores, não é um “liberal” ou um “neo-liberal” ou alguém de “direita”, alguém “reacionário” e, EM ESPECIAL, tampouco um FASCISTA (“coringa” dos xingamentos que a esquerda usa para classificar seus desafetos).
Um libertário SABE que o estado – não “o governo atual”, mas O ESTADO, em si – é a raiz de todos os males econômicos (ou da maioria deles). A economia é, tão-somente, a ciência que estuda a ação humana. Qualquer troca de bens é economia – e o estado normalmente é quem “bagunça” a coisa toda.
Todo libertário sabe que o estado apenas finge “criar supostas soluções para problemas que não existiriam se o próprio estado não tivesse metido o nariz onde não foi chamado, em primeiro lugar”.
Porém, para muitos que estão me lendo agora – frutos de escolas e faculdades que nunca sequer propuseram “fazer um exercício de imaginação” para “pensar fora da caixa” – não é possível conceber um país sem a entidade estatal (“quem construiria as estradas?” perguntariam)… Eu sei disso: eu costumava ser um deles.
Quase todo especialista (na imprensa brasileira) dirá que “a situação na Argentina é tão caótica que, no desespero de mudança, eles elegeram um RADICAL LOUCO que promete acabar com as instituições democráticas”… uma prova de que não fizeram o dever de casa. Afinal, amigo jornalista, “quem causou o caos argentino, em primeiro lugar?”.
Qualquer um entenderia o Milei e até simpatizaria com suas ideias se, ao menos, se propusesse a ler honestamente os baluartes do libertarianismo: Ludwig von Mises, Friederich Hayek, Murray Rothbard, Hans Hermann-Hoppe e Milton Friedman.
Extinção do Banco Central e diminuição radical do tamanho do estado (e do peso de sua bota sobre o pescoço da população) serão sempre vistos – por quem já se “acostumou” com o que temos – como radicalismos, loucuras, “ameaças à democracia” (essa última chega a ser ridícula!).
Se Milei conseguir governar aplicando suas ideias, há uma grande chance (e uma feliz esperança) de que o país volte a crescer depois de tantos anos de ladeira abaixo (fruto justamente da aplicação das ideias “que todo mundo aceita, defende e considera normais”).
Ser libertário é isso! É querer tirar o poder do estado e devolvê-lo, realmente, àqueles de quem, como diz a nossa carta magna, ele emana.
Ser libertário é querer garantir a liberdade mais plenamente possível, garantindo os três direitos naturais que cada indivíduo tem: vida, liberdade e propriedade.
Ser libertário é defender que ninguém pode agredir a vida, a liberdade e a propriedade de nenhum outro indivíduo. E é também defender que este último tem total direito de se defender e defender o que é seu.
Boa Sorte, Argentina! Boa Sorte Milei! Viva la Libertad!
*João Antonio é professor em tempo integral e Libertário nas horas vagas
