Opinião – Faltou foi pisa, isso sim! – por João Antonio*

Mário Flávio - 09.03.2024 às 19:46h

Num evento “badalado”, recentemente, o ex-prefeito Zé Queiroz, com passos reticentes e visível desconforto físico, foi alvo de um “fogo amigo” inusitado.

“Levar pisa de ‘véio’ é mais vergonhoso” – o ‘véio’, claro, refere-se ao próprio Zé Queiroz – foi proferido em alto e bom som pelo seu próprio filho, o ex-deputado Wolney Queiroz.

As “jocosas” palavras ressoaram mal nos ouvidos de muitos cidadãos caruaruenses (exceto, é claro, daqueles que passam pano incondicionalmente para tudo o que o atual funcionário de Lula faz e diz).

Eu até entendo o “cenário” em que Wolney se encontrava ao vociferar a frase polêmica: o calor do momento; a alegria de ver o evento lotado de gente trazida “voluntariamente” nos vários ônibus fretados; o apoio “valioso” do prefeito do Recife, João Campos; e, claro, a “segurança” de declarar manter-se no PDT, partido histórico de pai e filho, que hoje lhes confere “tranquilidade” eleitoral ao se entregar nos braços de Raquel Lyra…

(tá ok, esta última parte contém muito sarcasmo!)

Sabe-se que Zé Queiroz está inelegível por “problemas” na CaruaruPrev durante a sua gestão (o que não significa absolutamente nada, porque a Justiça, no Brasil, é tudo menos coerente e constante). Logo, logo, Zé aparece elegível novamente e o pleito contará com a sua participação.

Essa é, na minha opinião, a esperança que Wolney tem, enquanto político. Sua sobrevida política (eleições) depende (como sempre dependeu) da fama política do pai. Por enquanto, a fidelidade ideológica a Lula rendeu-lhe um bom cargo no Ministério da Previdência, loteado pelo PDT.

Independentemente de qualquer coisa, porém, as palavras de Wolney demonstraram, senão preconceito contra idosos (não acho que é este o caso), uma boa dose de falta de bom senso… pareceu até as falas de um certo ex-presidente, cujo nome não pode ser proferido para não causar chiliques, a quem os apoiadores de Lula dirigiam frases como “Meu Deus, ele não tem assessores para evitar que ele fale essas coisas, não?”.

Quem sabe esteja aprendendo com o seu chefe, que “tropeça” em suas próprias palavras, sem filtro algum, e ofende etnias e nações apenas para reafirmar suas crenças deturpadas que parecem sair dos confins mais profundos e escuros dos DCEs de universidades, onde falta estudo e sobra militância.

Uma fala desrespeitosa como essa pode não indicar nada a respeito da suposta “pisa” que Zé vai dar, mas evidencia muita coisa acerca das pisas que Zé, quando era mais jovem, não deu.

*João Antonio é professor.

Foto: Divulgação