A cada dia ficam mais notórias as tentativas, em sua totalidade desequilibradas, da governança federal apenas pela lógica da pseudo esperança em seu segundo mandato da atual presidente da república. O Brasil pôde observar isso no último pronunciamento oficial em rede nacional de TV e rádio, que foi ao ar na última sexta-feira, um espaço republicano que para o PT tem um único foco: para uso e finalidades eleitorais.
Aristóteles dizia que o estadista é aquele responsável pela prática de ações virtuosas, produzindo um caráter moral a quem está ao seu redor, com sabedoria e sem limitação partidária alguma. Só para efeito de comparativo, estadista no Brasil se transformou em sinônimo para Fernando Henrique Cardoso, lá no final de 2002 mesmo depois do seu candidato perder a eleição e o PSDB ter maioria no Congresso, FHC orienta a bancada na tramitação do orçamento para denominarem o deputado Bittar, do PT do Rio de Janeiro, para ser uma espécie de “líder informal do governo”.
Governar o país a custa dos estados e dos municípios brasileiros se transformou em prática de ação principal do plano de gestão do governo federal do PT, é assim na educação, é assim na saúde (importante lembrar que com o PSDB o investimento federal nessa área era superior que a parcela atual), e também é assim na segurança, onde 87% do que é investido nessa área é oriundo dos cofres estaduais e municipais, em 2012 a união só investiu 24% do que poderia ser usado em segurança.
Ah, e como não recordar em 2006, da super divulgação nacional que éramos autossuficientes na produção de combustíveis? Ironia do destino ou mentira tem pernas curtas, tirem suas conclusões: Hoje compramos Etanol dos Estados Unidos. Mas também não podemos ser hipócritas e negarmos que existiram alguns crescimentos no governo do PT, um deles que é emblemático é o avanço no número de ministérios, com FHC tínhamos 24, com Lula 26 e agora com Dilma 39. Falta apenas um para gravarmos o filme com produção do Ali Babá. Ministério com o PT se transformou em recrutamento de filiados e aliados políticos.
Enquanto tudo isso acontece, a chamada “população nem nem”, jovens que nem estudam e nem trabalham cresce numa velocidade que desperta atenção até dos mais especialistas na área. De cada 10 jovens entre 17 e 22 anos que não completaram o ensino fundamental, 3 continuam longe da escola e sem emprego, uma situação que piorou enormemente nos últimos anos. Com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, entre 2004 e 2011, a fatia de brasileiros de 17 a 22 anos com ensino fundamental incompleto que não estudava, não trabalhava e nem buscava emprego passou de 23,9% para 26,6% do total, um salto de 2,7 pontos percentuais.
Precisamos urgentemente dar um novo grito de independência, em prol da libertação das práticas que só visam o aparelhamento partidário e da companheirada, o governo federal está mais do que na hora, depois de 11 anos, de saber que precisa governar para todos os brasileiros, não apenas para um grupelho de aliados. Vamos atrás da liberdade, em busca de raios fúgidos, para brilhar no céu da pátria nesse e em outros instantes.
*Raffiê Dellon é Presidente Estadual da Juventude do PSDB de Pernambuco