Opinião – Caruaru e suas redes sociais – por Anderson Correia*

Mário Flávio - 16.07.2012 às 15:49h

A solidificação das redes sociais como forte canal de comunicação tem levado vários políticos, em uma verdadeira correria, a aderirem às mídias sociais. Todos desejam o status de Político 2.0, mas em Caruaru a realidade é outra. O que observo é que, efetivamente, não sabem fazer uso das ferramentas para interagir com seus eleitores.

Estamos já no processo das eleições municipais, muitos deles já estão em campanha e as mídias sociais não podem mais ser desprezadas nas estratégias eleitorais devido ao vertiginoso crescimento do número de internautas em todo o país. Segundo um novo estudo do Ibope Nielsen Online divulgado no último mês de abril, o Brasil registrou 48 milhões de usuários ativos em casa e no trabalho.

Assim muitos políticos têm investido na contratação de assessorias especializadas em mídias sociais. Em Caruaru, a realidade é outra, poucos têm noção de mensuração e métricas. Nas principais cidades do Brasil estão surgindo uma nova categoria de comunicadores, os chamados “analistas de mídias sociais”, contratados a peso de ouro para atualização de perfis e postagem de conteúdo. Até no curso de jornalismo da cidade, pouco se ver falar sobre o assunto e discutir essas questões.

A causa para o fracasso desses políticos nas mídias sociais é inacreditavelmente simples: eles tratam os usuários como uma massa amorfa e passiva pronta a assimilar qualquer mensagem. Por incrível que pareça, os políticos por ignorância ou por desconhecimento acabaram adotando o mais arcaico dos modelos de comunicação baseado na “Teoria Hipodérmica”.

Como funcionava essa teoria: uma mensagem lançada pela mídia é imediatamente aceita e espalhada pela massa em igual proporção. Uma vez perdido na massa, a única referência que um “eleitor”possui da realidade são as mensagens dos meios de comunicação. Dessa forma, a mensagem não encontra resistências por parte dos eleitores, que as assimila e se deixa manipular de forma interpretativa do usuário.

Daí ao colocarem os usuários num conceito de comunicação hipodérmica, muitos políticos caem no erro de valerem-se das mídias sociais como uma ferramenta comunicacional de mão única, ou seja, apenas para divulgar assuntos pertinentes as suas campanhas ou fazer marketing político. Nesse processo, eles acabam falando ao vento, no momento em que praticam uma comunicação assimétrica ao invés da simétrica e ignoram um preceito básico para o sucesso nas mídias sociais: a interatividade com os usuários.

*Anderson Correia é formado em Comunicação Social/Jornalismo, estudante de Direito e pós-graduando em Comunicação em Marketing/Mídias Digitais pela Faculdade Estácio de Sá Recife.