Opinião – Carta à CPPJ da Câmara Municipal de Caruaru – por *Émerson Santos

Mário Flávio - 11.05.2012 às 17:04h

Caruaru, 11 de maio de 2012

Tenho acompanhado atentamente as movimentações em relação ao Parlamento Jovem de Caruaru, desde já gostaria de ressaltar a importância da aprovação desse projeto na Câmara Municipal e agradecer o Vereador Diogo Cantarelli pela iniciativa. Através desse novo organismo conseguiremos avançar ainda mais nas PPJs em nossa cidade.

Contudo, após ler o edital fiquei bastante preocupado. Acredito que houve erros e acertos, o que é natural no exercício da Democracia, cabe a nós enquanto sociedade civil elogiar os acertos e fazer críticas construtivas para que os erros sejam reparados.

A própria iniciativa requer elogios, a sensibilidade de incluir no debate setores da sociedade mais marginalizados como os Portadores de Necessidades Especiais e os LGBTs, também precisa ser ressaltada.

Mas muito me preocupa, por exemplo, a limitação de idade de 18 á 28 anos, dessa forma o PJC estará tirando representatividade de um dos segmentos, como é sabido o movimento estudantil secundarista é composto em sua massa entre jovens de 16 á 18 anos, com isso ficará bastante delicada a participação desse segmento. O ideal seria que tanto os vereadores jovens quanto os delegados que tivessem mais de 16 anos pudessem participar do processo.

Outra questão delicada é em relação à eleição de um jovem e não de uma entidade. Nós sabemos que a participação na vida militante é bastante complexa e com isso pode um vereador jovem acabar não terminando a legislatura, nesse caso de quem ocuparia essa vaga? O movimento? A entidade a qual ele representa? O 2° mais votado de seu segmento? E se não houverem dois inscritos em algum segmento?

Por que os sindicatos e associações patronais têm participação e os sindicatos dos trabalhadores não?

O que define partido político de situação e oposição? Ora, o PCdoB é situação ou oposição, ou o próprio PT na câmara municipal é situação ou oposição?

Outros segmentos ficaram de fora do PJC, como o movimento de mulheres, de artistas, comunitário e etc. Como se deu essa discursão?

O edital apresenta algumas brechas que precisam ser corrigidas. Digo mais, toda questão envolvendo o Parlamento Jovem deveria ser exaustivamente debatida com toda sociedade civil. Um projeto da magnitude do PJC não pode ser decidido entre quatros paredes por meia dúzia de pessoas. A sociedade precisa ser ouvida.

Com o amadurecimento do debate certamente conseguiremos corrigir as falhar e avançar ainda mais. Desde já me coloco a disposição.

*Émerson Santos é estudante de Ciências Econômicas no CAA/UFE, ex-Vereador Mirim, ex Presidente ds UJS Caruaru e ex Diretor Estadual da UJS-PE