
Uma gestão governamental eficiente e comprometida com as reais necessidades da população depende, entre outros fatores, da tomada de decisões baseada em evidências. Nesse contexto, as pesquisas qualitativa e quantitativa desempenham um papel fundamental, oferecendo subsídios concretos para o planejamento, a execução e a avaliação de políticas públicas.
A pesquisa quantitativa tem como objetivo mensurar fenômenos sociais, econômicos e ambientais a partir de dados numéricos. Por meio de instrumentos como questionários estruturados, censos e indicadores estatísticos, essa abordagem permite identificar padrões, medir a satisfação dos cidadãos, mapear demandas prioritárias e avaliar o impacto de ações governamentais. Por exemplo, saber quantos moradores de uma região têm acesso à água potável ou quantos estão insatisfeitos com o transporte público é essencial para definir prioridades e alocar recursos de forma estratégica.
Por sua vez, a pesquisa qualitativa busca compreender a fundo as percepções, sentimentos, valores e experiências da população. Utilizando entrevistas em profundidade, grupos focais e observações, essa abordagem permite captar nuances que os números sozinhos não revelam. Com ela, é possível entender por que uma determinada política pública não teve adesão popular ou quais são as barreiras culturais enfrentadas por uma comunidade em relação a determinado serviço público.
A combinação dessas duas abordagens — conhecida como método misto — é especialmente poderosa na gestão municipal. Enquanto a pesquisa quantitativa mostra o “quanto” e o “onde”, a qualitativa revela o “porquê” e o “como”. Juntas, elas fornecem uma visão completa da realidade local, promovendo decisões mais justas, eficazes e alinhadas às expectativas da população.
Em suma, investir em pesquisas qualitativa e quantitativa não é apenas uma boa prática administrativa — é um compromisso com a escuta ativa da população, com a transparência e com a gestão pública baseada em resultados. Um (a) gestor (a) que conhece seu território por meio de dados e escuta ativa está mais preparado para enfrentar desafios e construir soluções sustentáveis.
*Oscar Mariano – Instituto Indagator