O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez críticas contundentes à política fiscal do governo federal nesta segunda-feira (26). Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Motta afirmou que “quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor”, destacando que “o Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto” . 

As declarações ocorrem em meio à polêmica sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo na última quinta-feira (22). A medida foi mal recebida pelo mercado, levando o Ministério da Fazenda a recuar parcialmente, cancelando o aumento do imposto para investimentos de fundos nacionais no exterior . 

A oposição no Congresso reagiu rapidamente. Na Câmara, o deputado Luciano Zucco (PL-RS) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para sustar o aumento das alíquotas do IOF e solicitou a convocação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para prestar esclarecimentos. No Senado, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), apresentou proposta semelhante, criticando o que chamou de “improviso” e “falta de estudos técnicos” por parte do Executivo . 

Haddad está previsto para comparecer à Câmara dos Deputados no dia 11 de junho, inicialmente para discutir a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e crédito consignado para trabalhadores CLT. Agora, o aumento do IOF também será tema da audiência . 

As críticas de Hugo Motta refletem a tensão entre os poderes Legislativo e Executivo em relação à responsabilidade fiscal e à criação de novos tributos. O presidente da Câmara tem enfatizado a necessidade de contenção de gastos e maior responsabilidade na gestão das contas públicas, posicionando-se como defensor do equilíbrio fiscal e da transparência nas decisões econômicas do governo.