Na volta da França o maior desafio de Queiroz é selar a paz na Câmara

Mário Flávio - 16.03.2012 às 22:53h

Quando assumiu o governo o prefeito Zé Queiroz (PDT) gozava de ampla maioria na Câmara Municipal. Dos 15 vereadores eleitos, apenas quatro, incluindo o ex-prefeito Tony Gel (DEM), não eram da base aliada. O prefeito passou quase dois anos de uma relação tranquila e amigável com os aliados. Após a eleição de 2010, com a eleição de Laura Gomes e do próprio Tony Gel para a Alepe, a situação ficou ainda mais favorável.

O democrata Alecrim deixou a oposição e engordou a bancada governista, que passou a contar com 12 vereadores. A lua de mel entre Queiroz e os vereadores da base terminou após a eleição da nova Mesa Diretora, com Lícius Cavalcanti assumindo a presidência. De lá para cá, o que se vê na Câmara é uma base esfacelada e alguns vereadores com atitudes de oposição.

Os vereadores Lícius, Dr. Demóstenes e Rogério Meneses criaram a bancada da Independência e não seguem mais a orientação do governo no momento das votações. Se reúnem em separado e na hora de justificar o voto, sempre afirmam que o mesmo é da bancada dos independentes. Rogério e o próprio Dr. Demóstenes já concederam duras entrevistas e afirmaram que os vereadores não são respeitados.

Ranilson Enfermeiro já reiterou por várias vezes que é independente, mas vira e mexe usa à Tribuna para tecer fortes críticas ao Executivo. No PSD ainda existem reclamações de Alecrim e Leonardo Chaves, que não aceitam a pré-candidatura de Marcelo Gomes a vereador. Junto a eles também está o próprio Ranilson, que votou em Laura para deputada.

Os problemas não terminam por aí. Existem ainda insatisfações de Edmilson do Salgado e Zé Carlos do Sindicato. O comunista já sinaliza até apoiar o nome de Lícius para prefeito e Zé Carlos reclama muito nos bastidores da influência de Anselmo Pereira e Zé Ailton, na zona rural.

Hoje, fieis mesmo ao prefeito restam o líder do governo, Adolfo José, Bruno Lambreta, Zé Ailton e Lula Tôrres, com esses três ùltimos gozando de inúmeras benesses do Palácio Jaime Nejaym. Somando-se aos três vereadores da oposição, Queiroz hoje tem a minoria na Câmara, já que nos bastidores os vereadores rebeldes, criticam muito o prefeito e o seu Conselho Político. Mesmo com todos afirmando ser da base do governo, um fogo amigo quase que diário.

A Câmara é de extrema importância na eleição municipal e os vereadores não podem ser subestimados. Basta olhar o exemplo da eleição para deputado estadual. A então vereadora Laura Gomes recebeu atenção maior do Palácio Jaime Nejaym e restou a Raquel Lyra formar uma base de oito veteadores, que apoiaram a sua candidatura (muitos comentam que o apoio maior a Laura aumentou a distância entre Lyra e Queiroz). O resultado foi que Raquel teve a maior votação entre os candidatos, superando até mesmo o ex-prefeito Tony Gel.

Em recente entrevista o vice-governador, João Lyra, disse que espera a chegada de Raquel dos Estados Unidos para que a mesma vá com ele aos vereadores e definir o rumo do grupo nas eleições desse ano. Por todos esses fatores, a Câmara deve ser o grande desafio do prefeito após a viagem de férias.