Na última sessão do ano, Parlamento Jovem empossa novo membro e volta a discutir falta de comunicação

Mário Flávio - 20.12.2012 às 10:20h

A última sessão de 2012 do Parlamento Jovem de Caruaru, nessa quarta (20), contou com a aprovação de mudanças para o regimento interno e a oficialização de Alan Marcionilo, como novo vereador jovem, representando as faculdades particulares, através da FAFICA, no lugar de Eduardo Leal, que ultrapassou o limite de três faltas permitidas durante a legislatura. Além disso, ainda sobrou espaço para que os vereadores voltassem a discutir a falta de comunicação com a Câmara Municipal, mas desta vez, o foco saiu de Lícius Cavalcanti (PCdoB),  e se concentrou na Comissão de Políticas Públicas para Juventude, que ainda não analisou nenhuma das proposituras apresentadas pelos jovens parlamentares.

Pelo menos essa barreira com a Câmara parece não desmotivar o recém-chegado Alan. “A principal bandeira que vamos defender aqui diz respeito à educação. Pretendo representar o movimento principalmente com assiduidade”, declarou em seu discurso de posse. adiantando que vai honrar com os compromissos assumidos na entidade.

Seguido do empossamento, os parlamentares jovens aprovaram as mudanças que ele vinha propondo desde o mês passado. Entre elas, manter limite de idade de pessoas que podem se candidatar a uma vaga no Parlamento para a faixa etária de 18 a 28, o direito de licenciar-se na legislatura, indicação e convocação de suplentes para substituir vereadores jovens que se afastem do PJC, eleição com delegados para mais de um indicado a uma mesma vaga no Parlamento, os mandatos deles terá duração de 2 anos, sem possibilidade de reeleição e que o mandato dos atuais parlamentares jovens se estenderá até dezembro de 2013. Além disso eles também aprovaram a implantação de sessões itinerantes a partir do próximo ano, para aproximar a entidade dos jovens em geral.

No entanto, eles ainda deverão elaborar uma emenda em fevereiro, para definir o prazo de análise de projetos pela Comissão de Políticas para Juventude, que inicialmente seria de 13 dias, mas depois de questionamento da parlamentar Mayara Soares (Acic Jovem), foi definido que um prazo mais curto seria apresentado. Também é preciso lembrar que os atuais parlamentares estenderam seus mandatos até dezembro de 2013, para se alinharem ao calendário legislativo da Câmara Municipal.

Para o presidente do Parlamento, Paulo Tôrres (PTN), esses foram ajustes necessários para que o regimento interno ficasse mais claro. “Isso se refere à  gente aprimorar e organizar o regimento interno, solucionando algumas falhas. Em várias reuniões internas nós discutimos essas mudanças e elaboramos as emendas para que pudéssemos melhorar os trabalhos da entidade a partir de 2013”, justificou.

CRÍTICAS

No entanto, o que Paulo não conseguiu justificar bem ainda foi a lacuna entre o PJC e a Comissão formada pelos vereadores Diogo Cantarelli (PSDB), Edmilson do Salgado (PCdoB) e Lula Tôrres (PR), que deveriam dar suporte aos projetos apresentados pelos jovens edis. Aliás, Lula é pai de Paulo, o que significa que deveria ser mais fácil para ele entrar em contato com o republicano. No entanto, ainda durante a sessão, o parlamentar jovem Jefferson Paz (PMDB) criticou o próprio Paulo sobre as dificuldades no acesso à Câmara Municipal. “Em entrevista recente, o vereador Diogo Cantarelli foi indagado sobre porque a Comissão não dar suporte ao Parlamento, e ele respondeu objetivamente que não foi procurado pela presidência do PJ. Não estou defendendo Diogo, então eu retiro minhas críticas anteriores a ele, pois devemos questionar o nosso presidente sobre o porquê de ele não entrar em contato com os membro da Comissão, do qual faz parte o pai dele”, reclamou.

Isso gerou indagações por parte dos outros parlamentares também, que já começam a se sentir desestimulados. “Eu confesso que me senti desmotivada a apresentar projetos nas últimas reuniões, simplesmente porque os vereadores da Comissão não analisaram nada do que apresentamos. Eu tive trabalho para elaborar o anteprojeto sobre eleições diretas nas escolas municipais, a fim de reacender essa discussão, mas se eu soubesse que não seria analisado, teria esperado para apresentá-lo quando tivesse a certeza de que a Comissão nos atenderia”, desabafou a vereadora jovem Joana Fiqueirêdo (UFPE), que se mostrou insatisfeita com a falta de agilidade da presidência do Parlamento.

Pelo menos, Paulo Tôrres admitiu que tem parte da responsabilidade nessa história. “Eu reconheço que houve falta de comunicação da parte da presidência do Parlamento Jovem também, não vou me eximir disso, mas houve também falta de interesse da Comissão em nos atender e considero que isso, em parte, se deveu ao fato de que Diogo elaborou o projeto com finalidade política durante a eleição”, alfinetou Paulo. Porém, em meio às críticas e troca de farpas, não houve definição sobre quando o Parlamento vai ser atendido pela Comissão, que terá sua composição alterada a partir do próximo ano. Talvez a partir disso, é que a relação entre Câmara e Parlamento Jovem poderá se tornar mais funcional.