Apesar das manifestações do lado de fora e das tensões nas galerias da Casa, a Câmara Municipal de Olinda aprovou nesta terça-feira (8) a concessão do título de Cidadão Olindense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao prefeito do Recife, João Campos (PSB). O que prometia ser um grande embate político acabou se resolvendo com ampla maioria e placar praticamente simbólico: 14 votos a favor e apenas um contra o título concedido a Bolsonaro, enquanto a homenagem a João foi aprovada por unanimidade.
O único voto contrário a Bolsonaro foi da vereadora Eugênia Lima (PT), que tentou justificar sua posição em plenário, mas foi impedida pela Mesa Diretora da Câmara, sob alegação de descumprimento do regimento interno. O episódio gerou indignação e levou até a deputada estadual Dani Portela (PSOL) a participar da sessão em solidariedade à petista.
A proposta de homenagem ao ex-presidente foi apresentada pelo vereador Alessandro Sarmento (PL), que defendeu a medida como um gesto democrático, afirmando representar “os patriotas, conservadores e cristãos”. Em sua fala, Sarmento comparou Bolsonaro a figuras históricas da resistência olindense, como os índios Caetés e Tabajara e os combatentes da Guerra dos Mascates, alegando que o ex-presidente também estaria sendo perseguido.
Já o título a João Campos teve autoria do vereador Alexandre Mirinda (PSB) e passou sem qualquer resistência, em clima protocolar.
No fim das contas, o barulho nas ruas e nas redes contrastou com a realidade do plenário: a maioria dos vereadores aprovou ambas as homenagens sem grandes surpresas.
