Mendonça Filho critica governo Lula por retirar Brasil de aliança internacional sobre memória do Holocausto

Mário Flávio - 29.07.2025 às 07:23h

O ex-ministro da Educação e atual deputado federal Mendonça Filho (União Brasil) fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a retirada do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). A decisão, segundo o parlamentar, representa um grave retrocesso na preservação da memória histórica e no compromisso internacional com os direitos humanos.

Em publicações nas redes sociais, Mendonça relembrou que, enquanto esteve à frente do Ministério da Educação, foi responsável por incluir o estudo do Holocausto como conteúdo obrigatório na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a ser ensinado no 9º ano do ensino fundamental. A medida abrange o ensino sobre os judeus e outras vítimas do Holocausto, bem como o extermínio sistemático promovido pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

“Ensinar o Holocausto é impedir que a história seja esquecida ou reescrita”, afirmou Mendonça Filho. Ele destacou ainda que a inclusão do tema no currículo brasileiro atende a resoluções de organismos internacionais que recomendam a obrigatoriedade do ensino sobre esse capítulo sombrio da história mundial.

Para o deputado, a retirada do Brasil da IHRA pelo governo Lula é incompatível com os compromissos assumidos pelo país em fóruns globais e pode ser interpretada como um sinal perigoso de descaso com a luta contra o antissemitismo, o racismo, o genocídio e a xenofobia. “Negar ou esquecer esse horror é compactuar com o antissemitismo, o genocídio, a limpeza étnica, o racismo e a xenofobia”, reforçou.

A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto reúne dezenas de países comprometidos com a preservação da memória das vítimas do nazismo e a promoção de ações educativas e de combate à negação do Holocausto. A saída do Brasil da aliança gerou reações negativas entre entidades judaicas, educadores e lideranças políticas.

Mendonça finalizou sua manifestação lembrando que “memória não se apaga” e que o ensino sobre os horrores do Holocausto é essencial para que tais crimes contra a humanidade jamais se repitam.

Foto: Valter Campanato