Médicos protestam contra planos de saúde e suspendem atendimento

Mário Flávio - 09.10.2012 às 08:45h

Entre os dias 10 e 25 de outubro, médicos de todo o país participarão de protesto nacional contra os abusos cometidos pelos planos e seguros de saúde. Para marcar o início da mobilização nacional, os profissionais realizarão atos públicos (assembleias, caminhadas e concentrações) nos estados. A partir de então, com base em decisões tomadas em assembleias locais, a categoria pode suspender, por tempo determinado, consultas e outros procedimentos eletivos por meio de guias dos convênios – sem cobrança de valores adicionais – que serão definidos como alvo pelas assembleias.

No Recife, os médicos realizam nesta quarta-feira (10) o Dia Nacional de Luta pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), com ato público, às 09h, no cruzamento das ruas: Francisco Alves com Antônio Gomes de Freitas (ao lado do Hope) na Ilha do Leite. Vale destacar, também que, entre os 15 a 19 deste mês, haverá paralisação no atendimento aos planos de saúde: Hapvida, Sul América, Golden Cross, Intermédica, Norclínicas, Notre Dame e ideal Saúde.

O presidente da Comissão de Honorários Médicos de Pernambuco e diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Fernando Lins, ressaltou que os esses planos não utilizam a CBHPM e não negociaram os valores. “A CBHPM serve de referência para os valores pagos. A tabela está em vigor desde 2010 e nós queremos que os planos paguem a banda média de valores. Nas consultas, isso representa R$ 60. Mas, algumas operadoras não negociaram com a classe médica”, frisou.

Na semana passada, o Fórum da Saúde Suplementar esteve reunido na sede do Cremepe, bairro Espinheiro, convocado pela Defensoria Pública do Estado de Pernambuco, e na ocasião ficou acordado que não haverá interrupção no atendimento das urgências, emergências, serviços de hemodiálise, hemoterapia, radioterapia e quimioterapia.

Segundo ele, o cenário tornou o credenciamento nas operadoras pouco atrativo para muitos médicos, o que agrava a situação” que os usuários de plano de saúde enfrentam no país, como a demora para marcar consultas e a espera prolongada em serviços de emergência. As mobilizações serão articuladas pelas Comissões Estaduais de Honorários Médicos, com apoio das três entidades que representam a classe médica nacionalmente – Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos.