Durante entrevista no programa Conteúdo, da Rádio Caruaru FM nesta terça-feira (09), o segundo candidato a vereador mais votado na Capital do Agreste, Marcel Gomes (PSB),, eleito com 4.320 votos, falou sobre as expectativas de integrar uma nova composição da Câmara Municipal a partir de 2013 e sobre quais serão suas prioridades de mandato, enquanto componente da base do governo, que conseguiu eleger 16 vereadores em Caruaru. Filho do vice-prefeito Jorge Gomes e da secretária estadual Laura Gomes, os dois também do PSB, Marcelo afirmou ter se sentido aliviado e ao mesmo com o peso de uma grande responsabilidade, quando soube que foi eleito.
“Nesses três meses de campanha, acredito que minha principal dificuldade no início era ser conhecido, mas depois as pessoas começaram a entender que eu tinha um conjunto de propostas relevantes para Caruaru e também viram que assumi de fato um compromisso com a linha de governo da base da Frente Popular em Caruaru. Por isso também que sempre defendi o voto casado, porque eu tive convicção da importância do trabalho desenvolvido pelo prefeito Zé Queiroz durante esses quatro anos, em prol do desenvolvimento de Caruaru. Ser eleito com essa votação expressiva me deixou aliviado e ao mesmo tempo me lembrou da grande responsabilidade que terei durante este mandato”, explicou. Com esse peso nas mãos, o socialista disse também concordar que haja independência do poder legislativo, desde que haja consenso junto à gestão municipal. “Defendo a independência, claro que sim, mas é preciso que haja também harmonia com o Poder Executivo. Eu sempre falei do papel de vereador, sob a perspectiva constitucional da prática legislativa”, reforçou.
Marcelo também foi indagado sobre algumas críticas pontuais referentes à sua campanha. Primeiro, ele se pronunciou sobre as reclamações de alguns vereadores quanto às ações de Marcelo em redutos eleitorais da zona rural, o que fazia referência na verdade à ciumeira causada pelo fato de Marcelo ser filho de Jorge e Laura, a qual foi inclusive apoiada por alguns edis em 2010, a exemplo de Leonardo Chaves. Outro motivo de reclamações dos vereadores da atual legislatura foi sobre a relação de influência na campanha entre Marcelo e o secretário municipal de gestão e serviços públicos do município, Anselmo Pereira.
“Eu acredito que essas cobranças e reclamações aconteceram simplesmente por conta do jogo eleitoral, já que as relações ficam mais tensas. Mas, agora, que tudo passou, é possível analisar tudo com mais calma. Na verdade, todos os vereadores que apoiaram Laura para deputada foram eleitos, assim como os que foi com os que foram suplentes e a apoiaram, e dessa vez foram eleitos, como é o caso de Gilberto e Heleno do Inocop. Já minha relação com Anselmo é de amizade antiga, e uma relação política que vem de muito tempo também. Durante a campanha de deputada de Laura Gomes, ele esteve junto conosco apoiando a candidatura dela, e durante a minha campanha, mantivemos essa relação política, mas foi só isso”, pontuou.
Marcelo também fez uma avaliação da atual composição da Câmara. “Acredito que esta foi uma gestão boa, do ponto de vista administrativo, já do ponto de vista político, houve alguns entraves entre o Poder Executivo e o presidente da Câmara, isso foi observado e acredito que a população fez seu julgamento, mas acredito que a gestão dele (Lícius) foi boa”, explicou, fazendo referências à postura de “fogo amigo” tomada por Lícius Cavalcanti. Sobre a próxima gestão, ele reconheceu não saber muito bem o que esperar. “Alguns candidatos eleitos eu conheço, outros não, então não sei bem o que essa nova composição trará de novidade para a Câmara municipal, mas espero que a prioridade seja a defesa de um serviço público de qualidade, para que as pessoas não precisem nos procurar e estabelecer uma relação de dependência, devido ao assistencialismo, pois isso não é a função do vereador”, completou. Ele ainda não tem previsão de quais ações a bancada da base do governo vai delinear para o próximo ano, mas disse que uma das pautas deve ser a própria reorganização da composição da Casa, com 23 vereadores, o que pode resultar, inclusive, na necessidade de cortes no número de assessores de gabinete.