A Justiça de Pernambuco autorizou, neste sábado (3), o retorno do prefeito de Pesqueira, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos), e dos vereadores Sil Xukuru (PT) e Pastinha Xukuru (PP) aos seus respectivos cargos. Os três são réus por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e estavam afastados desde o início de abril, quando foi deflagrada a Operação Pactum Amicis, da Polícia Civil.
O grupo é acusado de fraudar licitações, direcionar contratos públicos e causar um prejuízo superior a R$ 15,7 milhões aos cofres do município. Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o prefeito seria o líder do suposto esquema, que teria beneficiado empresárias locais em troca de apoio financeiro durante a campanha eleitoral de 2020.
Entre os indícios apresentados pelos investigadores estão repasses bancários no valor de R$ 77 mil e até a entrega de uma caminhonete Hilux ao prefeito, supostamente para uso pessoal, pagos por empresários favorecidos. Os crimes teriam ocorrido entre janeiro de 2021 e setembro de 2022.
Apesar da gravidade das acusações, a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ao aceitar a denúncia formal no último dia 25 de abril, não prorrogou o afastamento dos envolvidos. O MPPE chegou a ingressar com embargos de declaração solicitando a manutenção da suspensão, mas o pedido não foi julgado até a sexta-feira (2).
Diante do impasse e do término do prazo inicial de 30 dias da medida cautelar, uma decisão provisória permitiu o retorno do trio aos cargos eletivos, inclusive com acesso às sedes da Prefeitura e da Câmara Municipal. A justificativa apresentada no despacho cita a necessidade de garantir a “organização político-administrativa do Município”, já que o chefe do Executivo se encontrava afastado.
Cacique Marcos, Sil Xukuru e Pastinha Xukuru negam as acusações e alegam inocência. O processo segue em tramitação no TJPE.
