João Paulo critica João Campos e relação do PT com PSB em Pernambuco: “Falta amor pelo povo e pela cidade”

Mário Flávio - 20.06.2025 às 21:38h

Em entrevista ao videocast Cena Política, do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, nesta sexta-feira (20), o deputado estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) fez duras críticas ao atual gestor da capital pernambucana, João Campos (PSB). Além de questionar a relação de “submissão” entre o PT e o PSB em Pernambuco, o parlamentar também apontou falta de ações efetivas do governo municipal nas periferias e áreas de morro do Recife.

“Eu não acho que ele [João Campos] ame a cidade e nem o povo. É um sentimento que eu tenho, posso até estar equivocado. Mas não vejo isso através das ações, principalmente nas áreas mais periféricas”, afirmou João Paulo, que comandou a Prefeitura do Recife por dois mandatos, entre 2001 e 2008, e mantém forte influência dentro do PT pernambucano.

Segundo o deputado, a ausência de políticas públicas voltadas às populações mais vulneráveis revela um distanciamento da atual gestão em relação à cidade real. “Acho que o segredo para governar o Recife é, primeiro, ter um amor incondicional pelo povo; e segundo, ter prioridades. Governar para a cidade como um todo, mas com prioridade para os mais pobres. Está faltando amor pelo povo e amor pela cidade”, pontuou.

João Paulo também questionou a atual aliança entre o PT e o PSB, partidos que têm mantido uma parceria histórica em Pernambuco, especialmente nas eleições estaduais. Para ele, a sigla petista tem se colocado em posição de dependência dentro dessa relação. “Vejo uma submissão e uma dependência que precisam ser debatidas”, sugeriu.

Mesmo com as críticas, o deputado reconheceu a alta popularidade de João Campos na capital, mas atribuiu parte desse cenário ao desgaste da governadora Raquel Lyra (PSD) no início de sua gestão. “O que contribuiu para essa avaliação positiva dele foi o momento de dificuldade enfrentado pelo governo estadual, principalmente no início”, avaliou.

As declarações de João Paulo ocorrem em meio às articulações para as eleições de 2026 e reacendem o debate interno sobre o posicionamento do PT no Recife — especialmente diante da possibilidade de apoiar a reeleição da governadora Raquel Lyra ou da manutenção da aliança com o PSB.