Insegurança em Caruaru gera troca de farpas entre vereadores

Mário Flávio - 06.09.2012 às 11:35h

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A morte do folclórico caruaruense Ximbica virou tema de farpas políticas na Municipal de Caruaru. Os vereadores citaram que o assassinato foi um exemplo trágico da violência na cidade e usaram o fato para criticar as falhas de segurança municipal e estadual, e acabou que o foco voltou-se para a discussão política entre Diogo Cantarelli (PSDB), Leonardo Chaves (PSD) e Alecrim (PSD).

O primeiro a comentar o crime foi o presidente da Câmara, Lícius Cavalcanti (PCdoB), que lamentou o fato, mas também aproveitou para afirmar que falta reforço na frota policial e valorização dos agentes. “A morte de Ximbica é lamentável para Caruaru e mostra que, além de investir na infraestrutura oferecida para a atuação policial, para melhorar a segurança, é necessário também pagar melhor o salário da categoria policial e valorizar os trabalhos dos agentes. Já fizemos aqui apelos para que os deputados federais que representam a cidade apoiem a PEC 300, que trata justamente da melhoria salarial para os agentes”, discursou.

Lícius elogiou, no entanto, a implantação da patrulha nos bairros, ação estadual que, segundo o vereador, deve ser iniciada em Caruaru na próxima semana. Já o vereador Leonardo Chaves (PSD) foi mais crítico e disse que a segurança no país não pune nem reabilita adequadamente. “Nós temos avançado em segurança, com a implantação das câmeras na atual gestão, que permitiram ver o trágico assassinato de Ximbica. Mas um problema geral da segurança no Brasil é que ela é frouxa, aqui os criminosos vão para a cadeia e saem piores. Eu sou contra a pena de morte, mas ela existe no Brasil, porém ela não serve para os criminosos, mas sim pata os pobres, que são assassinados constantemente. Precisamos acabar com a impunidade”, criticou. O comentário de Leonardo foi completado pelo vereador Alecrim (PSD). “No que se refere a Caruaru,só haverá mais segurança se o governo aumentar o efetivo dos policiais militares”, afirmou. No entanto, sobre as câmeras de vigilância, é preciso ressaltar que o crime foi identificado por uma câmera particular.

Troca de farpas

Contudo, o vereador Diogo Cantarelli (PSDB), que é vice na chapa de Miriam Lacerda (DEM), pegou a deixa dos discursos ânsia demais vereadores para atacar a atual gestão de Zé Queiroz. “Os vereadores sentem una grande cruz para defender o prefeito, porque é muito difícil, essas câmeras instaladas não estão servindo para nada, não estão sendo usadas para reforçar a prevenção de crimes. Caruaru ainda está entre as 83 cidades mais violentas do país, em dados oficiais. É muito cinismo defender a atual administração por aí a fora”, disparou.

Esse comentário de Diogo resultou em reações muito negativas por parte de Alecrim e Leonardo, que se sentiram atingidos. Diogo se desculpou pelo uso da palavra cinismo e garantiu que não se dirigiu aos vereadores na sessão. No entanto, Alecrim foi enfático: “não há problemas em expor críticas na Câmara, o problema é quando um vereador cem bis ofender”. Já Leonardo pediu que houvesse mais fiscalização dia discursos dos parlamentares. “Eu peço para que se dê una orientação maior para os vereadores, para que o espaço na tribuna não sirva para utilizar assuntos sérios para atacar a gestão”, finalizou.