Insatisfeito com PPS em Caruaru, Jajá dispara: “No momento em que eu puder, transfiro meu mandato pra outro partido”

Mário Flávio - 27.02.2013 às 07:25h

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Estreante no mandato de vereador em Caruaru, Jajá é o único representante do PPS eleito nas eleições municipais de 2012 e integra a bancada de oposição. Contudo, ele parece estar desgostoso com a administração local do partido popular e cogitou até a possibilidade de transferir seu mandato para um novo partido, caso seja possível. Duas siglas já estariam na lista dele: PS e a REDE, o partido de nome esquisito que está sendo criado por Marina Silva. O vereador disse que também já chegou a conversar até com o vice-governador João Lyra (PDT), para estudar alternativas de saída do PPS.

No contexto

PPS de Caruaru reúne filiados e vota resoluções financeiras e criação de secretarias auxiliares

Contudo, há entraves para que o vereador possa sair facilmente do PPS, já que ele é um filiado de mandato na legenda, mas o mandato pertence ao partido. Ainda assim, os motivos da insatisfação do vereador com o diretório do PPS vão de queixas contra resoluções de ordem financeiras a reclamações de que a administração local, sob o comando de Adriana de Góis, seria falha. “Eu teria que ver uma possibilidade que facilitasse pra mim e para a população. Então eu já tenho em vista o PS e a REDE, de Marina Silva. Isso porque o PPS hoje, em Caruaru, está sendo mal administrado pela presidência. Falta articulação. Nosso grupo era bom e hoje as pessoas estão saindo da legenda. Adriana de Góis é uma boa pessoa, mas não considero que faça um bom trabalho como presidente. Ela sempre está com faltas, desde o dia 7 de outubro até agora houve apenas uma reunião. Houve uma no Recife que eu não tive nem interesse de ir. Sair da minha cama pra ir pra uma reunião só pra discutir o que não é significativo… É melhor ficar em casa. Nosso grupo teve 38 candidatos e destes, hoje acho que uns 20 já estão assinando para se desfiliarem do partido”, criticou o vereador.

Em paralelo, Jajá quis esclarecer que não está insatisfeito com a oposição nem com o partido em si, mas especificamente com as ações do diretório municipal. O problema é que, como marinheiro de primeira viagem, ele não deixa claro se isso significa que ele poderia deixar a bancada de oposição, já que admitiu ter conversado com João Lyra. “Quem sabe, né, o futuro a Deus pertence”, desconversou Jajá, quando questionado sobre a possibilidade de ir para a Frente Popular. Ele disse ainda que não pretende perseguir a gestão Zé Queiroz (PDT) e não criticar ações que estejam sendo benéficas para Caruaru, mas tentou deixar a entender que seria mais confortável ficar em um partido neutro na cidade.

MAIS CRÍTICAS

Na sexta-feira (22), Jajá participou de reunião do diretório local do PPS, quando houve votação de 8 resoluções, entre elas a que estabelece o pagamento de uma taxa de 10% por parte do vereador ao diretório do partido, e a criação de secretaria auxiliares para diferentes segmentos sociais. O vereador disse ao blog que não tomou conhecimento sobre o conteúdo dessas resoluções e, por isso, se absteve de votá-las; mas pediu cópia para analisar os textos apresentados. “Na reunião havia pessoas que faziam parte do PPS que eu nem conhecia. Eu não tinha como aceitar algo que eu nem conhecia e também considero que algumas das medidas que eles querem implantar não são cabíveis, no que se refere a tirar 10% do meu salário e 5% das assessorias. Eu tentei negociar com o diretório municipal, mas não obtive resposta ainda e devo ter algum retorno na semana que vem. Além disso, alugaram uma casa para o diretório, algo inadequado, pois são gastos muito grandes, para um prédio que só vive fechado. São $ 700 de aluguel para algo inutilizado, vai ter que cortar isso”, apontou.