Ida do PV para governo Raquel e o imbróglio que pode ser criado na Federação

Mário Flávio - 12.08.2024 às 15:05h

A possível ida do Partido Verde (PV) para o governo Raquel Lyra (PSDB) em Pernambuco tem potencial para criar um imbróglio político significativo dentro da Federação Brasil da Esperança, que é composta por PV, PT e PCdoB. Essa aliança, construída em torno de pautas progressistas, apoia a reeleição do prefeito João Campos (PSB) no Recife e faz parte da coligação que sustenta o governo socialista na capital.

A situação se tornou ainda mais tensa após o PSB decidir retirar o controle do partido em Água Preta das mãos de Noé Magalhães, irmão de Clodoaldo Magalhães, que é o presidente estadual do PV. Essa movimentação do PSB pode ter repercussões diretas no posicionamento de Clodoaldo, que, em resposta ao enfraquecimento de seu grupo dentro do PSB, estaria inclinado a aceitar um convite da governadora Raquel Lyra para ingressar no PSDB e fortalecer a base do governo tucano.

Essa possível migração do PV para o governo estadual traria um cenário de crise para a Federação. PT e PCdoB, principais aliados do PSB na capital pernambucana, teriam de lidar com a contradição de ter um dos seus partidos coligado ao governo Raquel Lyra, adversária direta do PSB no Recife. Isso poderia gerar atritos internos, questionamentos sobre a unidade da federação e, até mesmo, uma reavaliação das alianças e estratégias eleitorais dos partidos que compõem essa frente.

Além disso, a migração do PV poderia alterar o equilíbrio de forças dentro da política estadual, uma vez que a adesão de Clodoaldo Magalhães ao PSDB daria a Raquel Lyra um aliado estratégico, capaz de aumentar sua influência em áreas onde o PV possui forte atuação. Contudo, essa mudança não seria isenta de riscos, principalmente em um cenário onde a coesão dentro das federações partidárias é essencial para enfrentar as eleições municipais de 2024.