A entrada do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no governo de Raquel Lyra marca mais um capítulo na longa história de desavenças e reconciliações entre as famílias Lyra e Queiroz, duas das mais tradicionais e influentes na política de Caruaru.
Desde a década de 1970, essas famílias têm compartilhado uma trajetória política marcada por idas e vindas, rompimentos e aproximações.
A história de conflito entre os Lyra e os Queiroz remonta ao início da década de 1990, quando ocorreu o primeiro rompimento entre os grupos. Na época, as emissoras de Rádio eram usadas para ataques pessoais entre o saudoso ex-ministro Fernando Lyra e o então prefeito Zé Queiroz. Na eleição de 1996, Zé apoia Adolfo José contra João Lyra, que venceu o pleito.
Os dois grupos se unem em 2000 e 2004 para enfrentar Tony Gel, saindo derrotados nas duas eleições. Em 2008, uma nova aproximação com os Lyra apoiando Zé Queiroz, que era eleito pela terceira vez para comandar Caruaru. Novo rompimento em 2012, quando Zé disputa à reeleição e os Lyra postam uma carta aberta nos principais jornais do estado, explicando os motivos de não acreditar na vitória de Zé. Deu errado e ele venceu o pleito.
Raquel chega a disputa em 2016 e vai para o segundo turno contra Tony Gel. Zé e o então deputado federal Wolney Queiroz, declaram apoio a ela. Com a vitória de Raquel, novo afastamento e Zé Queiroz trouxe a alcunha de “fraquinha” para a gestora. Raquel foi reeleita em 2020 com os Queiroz apoiando Marcelo Gomes.
Na eleição de 2022, ambos declaram apoio a Marília Arraes na disputa contra Raquel pelo governo do estado, com várias críticas a gestão de Raquel em Caruaru. Como a política é dinâmica, o tempo serviu, mais uma vez, para apagar as arestas.
No contexto atual, a decisão do PDT de deixar a base de João Campos e migrar para o apoio de Raquel Lyra representa um novo capítulo nessa saga política. A entrada do partido no governo estadual estreita os laços entre as famílias Lyra e Queiroz, evidenciando uma nova fase de colaboração e aliança política.
No entanto, é importante destacar que essa reconciliação não ocorre de forma linear ou definitiva. As relações políticas são dinâmicas e sujeitas a mudanças, e é possível que novos desentendimentos e divergências surjam no futuro. No entanto, a história de desavenças e reconciliações entre as famílias Lyra e Queiroz é um reflexo da complexidade da política local e do papel central que essas famílias desempenham na cena política. A conferir.