Na entrevista desta quinta-feira (02) o professor Marco Aurélio Freire recebeu a presença do ex-governador de Pernambuco, Gustavo Krause. Ele iniciou a entrevista fazendo uma análise a respeito dos grandes nomes da política pernambucana e citou que o estado sempre teve o PIP – Produto interno Político e neste caso estamos em um momento de entressafra, ou seja há uma carência de lideranças e que a nova geração está vindo, mas ainda não assumiu seu protagonismo.
Trazendo a avaliação para as próximas eleições, o ex-governador considera que há uma grande fadiga de material com relação ao PSB nos 16 anos de governo. Porém entende que o grupo de oposição vem muito forte e seus principais representantes Miguel Coelho, Anderson Ferreira e Raquel Lyra estão se organizando para tornarem-se competitivos. E isso passa pela viabilidade política e eleitoral. Além disso, entende que há uma estratégia de colocar Geraldo Júlio meio a parte pela própria Frente Popular como que para poupá-lo de críticas.
Sobre a federalização da eleição estadual de 2022, Krause acredita que o panorama federal tem influência, mas o eleitor votará no governador. No entanto, haverá quem vai tentar federalizar para aproveitar os ventos da polarização, mas quem tiver um programa que converse com o povo terá vantagem.
A polarização em sua visão foi a pior coisa que aconteceu ao Brasil nos últimos tempos. Ele considera que “o Brasil não tem um governo com crise e sim uma crise sem governo”. Para ele, há espaço no centro democrático de pessoas avessas ao confronto e ao conflito e se olharmos as pesquisas formam um grupo considerável de pessoas.
Com relação as prováveis candidaturas desse campo, compreende que Doria tem o projeto de ser candidato há muito tempo, Eduardo Leite é um jovem promissor e alguns outros candidatos como Simone Tebet ou Alessandro Vieira fizeram lançamentos táticos para posicionarem melhor os partidos. Acha Datena um outsider, alguém que não se considera político, mas é político e Mandetta que fez uma gestão competente, mas foi destruído por uma série de forças poderosas e por vezes oculta, além de Sérgio Moro, uma espécie de justiceiro e que acabou fora do jogo.
Ao final, enfatizou que precisamos de uma reforma política porque o que temos é uma sopa de letras e vários partidos de aluguel atrás do fundo partidário e eleitoral. Muito espirituoso aproveitou para dizer que acredita, apesar de tudo, na subida de seu time de coração para a Série A, o Clube Náutico Capibaribe, que é capaz de feitos incríveis e decepções enormes, mas que está otimista esse ano com o time e assim encerrou a entrevista.