Os preços do gás dispararam após a Rússia ameaçar cortar o fornecimento para a Europa como parte de sua resposta às sanções impostas pela invasão da Ucrânia, um movimento que poderia aumentar a turbulência nos mercados de energia e tornar os preços ao consumidor ainda mais altos.
Os contratos futuros de gás subiram mais de 30% nesta terça-feira (8), antes de reduzir os ganhos. A guerra chega ao 13º dia hoje.
A ameaça de Moscou acontece no momento em que a União Europeia busca alternativas para se tornar menos dependente do gás russo.
Em um discurso televisionado na noite de segunda-feira, o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak, que também é responsável pelos assuntos de energia, afirmou que Rússia tem o direito de tomar ações que “espelhem” as sanções impostas à economia do seu país e alertou que poderia interromper os fluxos para a Alemanha ao longo do gasoduto Nord Stream1.
Novak acrescentou que nenhuma decisão de desligar o Nord Stream 1 havia sido tomada até o momento e que o gasoduto está operando “em sua capacidade total”.
A União Europeia está tentando se antecipar a qualquer movimento brusco por parte de Moscou e pode anunciar nesta terça-feira um plano para reduzir a dependência do bloco do gás da Rússia. 40% do gás da União Europeia é importado da Rússia.
Mas a dependência da Rússia como fonte de energia para a Europa vai além do gás. Os países da União Europeia importam 27% do petróleo e 47% do carvão que usam de produtores russos.
A Europa já estava lidando com uma crise de abastecimento de energia devido aos baixos estoques de gás, e a guerra Rússia-Ucrânia fez com que os preços das commodities subissem a níveis recordes.
Os comentários de Novak vêm depois de um dia de grandes oscilações no mercado de gás da Europa, com preços subindo quase 80% em meio aos temores de interrupção do fornecimento por parte da Rússia.
A dependência da Europa da energia russa tem sido um fator-chave nos esforços dos líderes do continente para chegar a um acordo sobre como responder à invasão da Ucrânia.
As autoridades europeias dizem que estão trabalhando em um plano que pode cortar as necessidades de importação do bloco da Rússia em quase 80% este ano.
Mas muitos políticos do bloco continuam cautelosos com uma ação imediata, razão pela qual a Alemanha recuou contra as propostas de proibir a importação de petróleo da Rússia. Na segunda-feira, o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz disse que o petróleo e o gás russos são de “importância essencial” para a economia europeia.