Gilson Machado Filho reage a críticas de Anderson Ferreira e pede união no PL: “Precisamos de paz, não de fogo amigo”

Mário Flávio - 14.07.2025 às 19:01h

Em meio às tensões crescentes no campo conservador de Pernambuco, Gilson Machado Filho, filho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, divulgou nesta segunda-feira (14) uma nota em resposta direta ao presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, após declarações consideradas ofensivas feitas durante entrevista à Rádio Folha. Na ocasião, Anderson comparou Gilson Machado a um “corvo negro”, numa fala que repercutiu fortemente nos bastidores da política.

“Em um momento tão delicado para minha família, com meu pai enfrentando dificuldades pessoais e políticas, ficamos surpresos e entristecidos com as palavras do presidente estadual do PL, Anderson Ferreira”, escreveu Gilson Filho. Ele lamentou a falta de solidariedade e classificou como injustas as críticas dirigidas ao pai, preso no contexto de investigações envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A comparação feita por Anderson Ferreira — “Gilson Machado é como um corvo negro que sobrevoa os ambientes à espera de desgraça” — foi vista por aliados do ex-ministro como um ataque pessoal que aprofunda as divisões internas no partido. A fala foi feita durante entrevista ao programa Folha Política, na manhã desta segunda.

Gilson Filho ressaltou que o ex-ministro tem buscado a paz e a unidade dentro do partido, e destacou o reconhecimento público de Jair Bolsonaro, que já o apontou como principal representante do bolsonarismo em Pernambuco. “É um grande reconhecimento e uma responsabilidade que ele honra”, disse.

Na nota, o filho do ex-ministro também reforçou que o PL tem duas vagas para o Senado em 2026, o que tornaria natural a existência de mais de um nome na disputa. “O que devemos fazer é trabalhar juntos para que a direita se fortaleça, em vez de nos atacarmos internamente.”

A crítica à postura do presidente estadual do PL se acentuou com a lembrança de que Anderson Ferreira, segundo Gilson Filho, sequer fez um contato com a família após a prisão do ex-ministro. “Desde a prisão de meu pai, o presidente estadual do PL não entrou em contato para oferecer sequer um gesto de apoio”, afirmou.

A nota também menciona figuras como Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro e o próprio Jair Bolsonaro como exemplos de lideranças da direita que estariam sendo perseguidas, para reforçar o apelo por unidade. “Precisamos da união e não de ‘fogo amigo’ que só enfraquece essa nossa luta”, disse Gilson Filho.

Ele finalizou o texto pedindo “paz, unidade e um projeto que beneficie Pernambuco e a direita em nosso estado”, reiterando o compromisso de sua família com a defesa dos princípios conservadores. “Não podemos permitir que ataques pessoais e disputas internas atrapalhem nossa caminhada.”

A troca de farpas entre lideranças do PL escancara a crise de comando no partido em Pernambuco e pode influenciar diretamente as articulações para as eleições de 2026, sobretudo na formação da chapa majoritária da direita no estado.