Folha PE destaca o arraial das emendas parlamentares no estado

Mário Flávio - 20.07.2013 às 19:11h

Reportagem da Folha de Pernambuco deste sábado (20) destaca dados da Empetur, que registrou que parte do custeio no Estado foi oriundo das emendas parlamentares, em um total de cerca de R$ 4 milhões. Cada legislador pode incluir R$ 1 milhão neste dispositivo, e não há especificação sobre qual área a ser destinada. Muitos optam pelos investimentos estruturais, já que os municípios têm enfrentado uma grande crise econômica. Outros, porém, preferem promover o São João das cidades onde têm base eleitoral.

De acordo com a lista fornecida pela Secretaria de Turismo (SETUR), o deputado estadual Aglailson Júnior (PSB), destinou R$ 700 mil só para o São João da cidade de Limoeiro. O restante de suas emendas, segundo o socialista, foram para obras de infraestrutura das cidades de Lagoa de Itaenga, Passira, Exu e Feira Nova. “Encaminhei o dinheiro para as cidades em que ajudei a eleger os prefeitos”, afirmou.

Para o cientista político Hely Ferreira, esse tipo de prática se assemelha muito ao chamado “pão e circo”. “A ajuda deve existir, mas com facilidade para enviar emendas desse tipo, vem o que seria, de fato, extremamente importante para o município. Falta dinheiro para a Saúde, mas não falta para as festas, por exemplo”, criticou o estudioso. Por outro lado, de acordo com a SETUR, a receita turística do São João no Estado foi de R$ 250 milhões, 39% a mais do que em 2012.

O deputado Silvio Costa Filho (PTB) – que encaminhou emendas para Caetés (R$ 100 mil); Iati (R$ 100 mil); e Aliança (R$ 140 mil) – acredita que cada um decide o que fazer com as emendas como melhor achar e onde houver necessidade. Já a deputada Terezinha Nunes (PSDB) apesar de não condenar a prática, ressalta que isso deve ser feito para as cidades que possuem tradição, como Caruaru, Arcoverde, Gravatá. “Mas as coisas estão mudando, hoje os prefeitos que fazem disso um palanque e citam o nome dos deputados são vaiados pelas pessoas”, relatou a tucana.

Por Mirella Araújo/ Folha de Pernambuco