Chegam ao blog do MF informações de que a defensora pública Maria Paula Cavalcanti Siqueira Campos de Oliveira, de 62 anos, foi presa após anos foragida. Ainda não há confirmação oficial sobre o local da prisão, e familiares aguardam detalhes por parte das autoridades competentes.
Maria Paula foi condenada em 2016 a 28 anos e seis meses de prisão por ser considerada mandante do assassinato do próprio marido, o advogado e empresário Mário Celso Cavalcanti, morto em 15 de setembro de 1999, no bairro Maurício de Nassau, em Caruaru. O crime teve grande repercussão à época, especialmente pela frieza com que foi executado e pelo envolvimento de várias pessoas.
O julgamento, que ocorreu na Vara do Júri de Caruaru, foi presidido pela juíza Priscila Vasconcelos, que determinou a prisão preventiva da acusada. No entanto, Maria Paula não compareceu ao júri, mesmo tendo sido devidamente intimada, e passou a ser considerada foragida desde então. A Secretaria da Vara do Júri confirmou que, além da condenação, ela também foi afastada do cargo na Defensoria Pública.
Mário Celso, que tinha 50 anos na época do crime, era conhecido no meio político local. Empresário do ramo imobiliário, também havia sido secretário de Transportes na primeira gestão do ex-prefeito José Queiroz. Na noite em que foi assassinado, ele chegava em casa com Maria Paula e o filho mais velho, de apenas 12 anos. Quando estacionava o carro na garagem, foi surpreendido por três disparos e morreu na hora. A esposa e o filho estavam presentes.
A investigação revelou um enredo de traições, rituais e interesses financeiros. O crime foi desvendado com base no rastreamento de ligações telefônicas autorizadas pela Justiça. Em apenas três semanas após o assassinato, foram registradas 157 chamadas entre Maria Paula e a mãe-de-santo Maria Aparecida de Menezes, que também participou do plano.
Foram presos e condenados: Maria Aparecida, o taxista Luís Vieira (amante da mãe-de-santo), o pistoleiro José Aélson dos Santos (apontado como autor dos disparos) e Ednaldo Cavalcante da Silva, outro taxista, condenado a 25 anos e seis meses de prisão, mas atualmente cumprindo pena em liberdade. Segundo as investigações, todos os envolvidos receberam R$ 5 mil pelo crime — R$ 2 mil pagos antes da execução.
A motivação seria financeira. Mário Celso estava negociando a venda de um terreno de 30 hectares na área do Distrito Industrial, avaliado entre R$ 350 mil e R$ 400 mil, além de participar da divisão de uma herança que somava cerca de R$ 700 mil, conforme relataram familiares.
O blog segue acompanhando o caso e atualiza esta reportagem assim que houver confirmação oficial sobre a prisão e os desdobramentos da situação de Maria Paula Cavalcanti.
