Estados congelam ICMS sobre combustíveis por 90 dias

Jorge Brandão - 29.10.2021 às 13:55h

Os estados decidiram, nesta sexta-feira (29), congelar o valor do ICMS cobrado sobre os combustíveis por 90 dias. Até 31 de janeiro de 2022, o valor do imposto não vai mudar, segundo decisão tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

“O objetivo é colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022”, diz trecho na nota do Confaz.

O ICMS sobre combustíveis é cobrado considerando uma média de 15 dias dos preços nos postos. Portanto, quando o valor do combustível sobe, o valor cobrado pelo estado também sobe mesmo que a alíquota se mantenha inalterada. A alíquota varia entre os estados.

Para tentar contornar um problema, a Câmara aprovou neste mês um projeto de lei que muda a forma como o imposto é calculado. Ele passa a ser um valor fixo sobre o litro (e não mais um preço variável), que não pode ser superior à média dos últimos dois anos.

O projeto ainda precisa ser votado pelo Senado. Caso o projeto avance, os estados calculam perdas anuais superiores a R$ 20 bilhões. O congelamento do ICMS agora representa, na prática, uma perda menor do que deixar o imposto ser alterado pelo Congresso.

“Seguimos nadDefesa de solução definitiva, com capitalização do Fundo de Equalização dos Combustíveis, por isto a presença da Petrobras nas negociações é fundamental e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já anunciou que tem grupo de estudo, e entendimento para Reforma Tributária”, afirmou o coordenador do Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí.

“A solução definitiva, o tempo dirá, é capitalização do Fundo de Equalização dos Combustíveis, é o que vai fazer o preço do litro da gasolina cair de cerca de R$ 7,00 para cerca de R$ 4,50 e o Óleo Diesel de cerca de R$ 4,80 para cerca de R$ 3,70”, avalia o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste.

No caso da gasolina, o preço médio do litro subiu 0,61% nas duas últimas semanas, passando de R$ 6,321 para R$ 6,36, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo. É, assim, a décima segunda semana seguida entre altas e estabilidade nos preços. No ano, acumula avanço de 41,96%.

Em alguns estados do Brasil, a gasolina já é vendida a R$ 7,46, para a atual semana (17 a 23 de outubro). Oito estados já estão acima do patamar de R$ 7.

Segundo a ANP, o Rio Grande do Sul tem preço máximo de R$ 7,469 por litro de gasolina. Na lista, estão ainda Rio de Janeiro (R$7,399), Piauí (R$ 7,159), Paraná (R$ 7,090), Minas Gerais (R$ 7,099), Mato Grosso (R$ 7,047), Ceará (R$ 7,10) e Acre (R$ 7,30).

No diesel, a alta foi de 0,26% nas duas últimas semanas, passando de R$ 4,976 para R$ 4,983, destacou a ANP. No ano, a alta chega a 38,18% na bomba.

O gás de botijão (GLP, de 13 quilos) chegou a R$ 101,96, maior que os R$ 100,44 da semana passada. É uma alta de 1,51% na semana. No ano, o avanço chega a 36,4%, diz a ANP.