Por Tâmara Pinheiro – Do livro: Relatos da ditadura em Caruaru – Histórias que os livros não contam
Mesmo querendo o destino que nascesse em Carnaíba, que naquela época era distrito de Flores, o senhor Francisco de Assis Claudino pode ser considerado parte da história de Caruaru. Nascido em 25 de agosto de 1933, Assis Claudino, ou simplesmente Sissi, como é conhecido entre amigos e parentes próximos, tem em sua biografia muita história para contar. Filho de um proprietário rural e de uma dona de casa, começou sua vida no sertão, mas sua história no município o torna caruaruense de coração.
Caçula de onze irmãos, Assis veio para Caruaru aos 10 anos de idade para estudar e desde cedo mostrou muito interesse pelos estudos, principalmente pela literatura. Seu primeiro emprego foi na Biblioteca Municipal de Caruaru. Lá tomou gosto pela literatura e por grandes autores como José de Alencar. Trabalhou cinco anos na Biblioteca, quando teve que voltar para o sertão, para trabalhar no campo com seu pai.
“Passei três anos trabalhando no mato. Até comprei uma pequena propriedade lá, mas tive um problema na coluna então fiquei impossibilitado, pois trabalhar no campo requer muito esforço físico. Fiquei com medo de continuar naquela vida, aí resolvi voltar para Caruaru”. Durante sua juventude, foi presidente da União dos Estudantes Secundarista de Caruaru, (UESC), participando do movimento estudantil durante o ano de 1955, aos 22 anos. Foi o terceiro presidente da UESC.
“Não sei o que me elegeu à presidência, mas acredito que foi devido a minha convivência com muitos estudantes enquanto trabalhei na biblioteca e também estudava”. Apesar de o movimento estudantil ser muito ativo durante as décadas de 1950 e 1960, em Caruaru ele ainda não demonstrava grandes atividades. “Naquela época a UESC não tinha atuação que posteriormente ela chegou a ter em Caruaru. Mas, promovíamos algumas atividades para mobilização estudantil”, disse.