O escândalo de corrupção no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, expôs fragilidades no núcleo político do Partido Democrático Trabalhista (PDT), especialmente em relação ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. 

A operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), identificou que entidades sindicais realizaram descontos associativos não autorizados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas, totalizando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi, foi afastado do cargo por determinação judicial e posteriormente exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Documentos revelam que Carlos Lupi foi alertado em junho de 2023 sobre irregularidades nos descontos, mas levou quase um ano para tomar providências efetivas. Essa demora em agir levantou questionamentos sobre a gestão do ministro e sua responsabilidade no agravamento do problema.  

Impacto na cúpula do PDT

O escândalo não apenas comprometeu a imagem de Lupi, mas também expôs conexões políticas entre entidades investigadas e membros do PDT. Por exemplo, o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Cavalo, é dirigente do PDT, e a entidade é uma das investigadas pela PF. Além disso, a proximidade de Lupi com Stefanutto e a resistência inicial em exonerá-lo aumentaram a pressão sobre o ministro.  

Consequências políticas e futuro do partido

A crise no INSS coloca o PDT em uma posição delicada dentro do governo Lula. A manutenção de Lupi no ministério é vista por alguns como uma tentativa de preservar a aliança política, mas também pode ser interpretada como conivência com a má gestão. A falta de uma resposta firme do partido pode afetar sua credibilidade e influência política, especialmente se novas revelações surgirem. 

Em resumo, o escândalo de corrupção no INSS não apenas revelou falhas na administração pública, mas também expôs vulnerabilidades políticas no núcleo do PDT, colocando em xeque a liderança de Carlos Lupi e a integridade do partido.