Enquanto a bancada de oposição em Caruaru aos poucos tenta se organizar, o líder da base do governo, Dr. Demóstenes (PSD), planeja adotar uma linha de paz e amor. Essa foi a postura dele na última entrevista durante o programa Conteúdo, na Caruaru FM, na terça-feira (05), quando debateu o retorno das atividades na Câmara de Caruaru com o vereador Eduardo Cantarelli (PSDB).
“Espero que a discussão seja boa, vamos ter respeito, disse isso no meu discurso e Zé Queiroz também disse, e vou exigir isso dos vereadores da base”, explicou Demóstenes, aproveitando um momento em que os vereadores de oposição se utilizaram da votação de última hora do projeto do Plano de Cargos e Carreiras dos professores para alfinetar que a nova gestão municipal não conseguiu começar o ano emplacando a participação popular e a transparência que tinha sido prometida.
Para Eduardo, a oposição, por exemplo, vai continuar sem ser ouvida pelo Executivo. “Eu pretendo fazer oposição coerente e fiscalizar o governo municipal e não estou aqui para criticar por criticar, mas não podemos aceitar nenhum tipo de imposição e o que aconteceu com o PCC foi imposição, fomos avisados de última hora sobre o projeto e, claro que essa proposta já vinha sendo discutido desde o ano passado, mas com os vereadores antigos. Eu, que fui eleito agora, não tinha conhecimento do que tratava o projeto e estava viajando, assim como aconteceu com os outros três vereadores da oposição que foram avisados de última hora, então não está havendo diálogo por parte da prefeitura”, criticou o tucano.
Mas, Dr. Demóstenes garantiu enfático: “o projeto já estava em discussão e eu mesmo procurei, através de minha assessoria conhecer o projeto, para ficar inteirado antes da reunião, criticar um projeto que beneficia a classe dos professores, ou criticar um projeto por criticar não é fazer oposição coerente”. Ainda assim, o tucano, seguindo os passos do irmão, Diogo Cantarelli, seguiu no tom de provocação ao líder da base do governo. “Há muito que se fiscalizar na prefeitura de Caruaru e eu concordo plenamente com as declarações de Tony Gel e Val, quando afirmaram que o governo aqui em bagunçado. Não chega nem aos pés da estrutura de governo de Eduardo Campos… Mas eu ainda vou convencer o senhor (Demóstenes) a vir pra oposição”, cutucou.
Para Demóstenes, não há chances de ir para o grupo adversário e ele nem cogita também a possibilidade de puxar alguém da oposição para a base de Queiroz, mas ao final da entrevista, e depois dos ânimos mais calmos, os dois vereadores se abraçaram pra mostrar que o clima tenso deve ficar só no calor da tribuna, ou das entrevistas.
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