Empoderamento feminino e união de esforços pelo fim da violência contra as mulheres marcam encontro promovido pelo MPPE

Jorge Brandão - 09.12.2021 às 16:30h

Em celebração aos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, a Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Núcleo de Apoio à Mulher (NAM), promoveu uma programação especial, visando fomentar a prevenção e a repressão contra esse tipo de violência, por meio da conscientização e troca de experiências.

O evento fez parte da programação da Semana do MP e foi realizado na tarde do dia 6 de dezembro, data em que também é celebrado o dia nacional de mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres. “Foi pensado um evento multicultural feminino, para que as pessoas conseguissem se enxergar, para que essa rede interagisse com pessoas que estiveram o ano inteiro nesta pauta. Pessoas que a gente quer ouvir, compartilhar e confraternizar, para ver não só o que falta fazer, mas o que a gente fez também e o que podemos fazer mais“, comentou a coordenadora do NAM, a promotora de Justiça Bianca Stella Barroso.

Após abertura solene, com apresentação da Orquestra Criança Cidadã com meninas, foi realizada a assinatura do Termo de Cooperação MP Empodera, com o procurador-geral, Paulo Augusto; a secretária da Mulher do Estado, Ana Elisa Sobreira; e a superintendente do Sebrae em Pernambuco, Adriana Côrte Real. O projeto tem como objetivo fomentar políticas públicas voltadas para a emancipação das mulheres, com autonomia financeira, saúde e educação como forma de quebra de ciclo de violência doméstica, prevenção de feminicídios e promoção de igualdade entre gêneros.

Na sequência, o professor Marco Ribeiro Henriques, mestre e doutorando em Direitos humanos pela Nova School of Law, Universidade de Lisboa, ministrou a palestra magna “Violência contra a Mulher – Violências na liberdade, violências no cárcere”. “Nós colocamos a mulher numa posição em que se vê relegada e cortada, com jornada duplicada, quer na vida profissional, quer na vida familiar, em vários aspectos. E isso também é visível na prisão”, comentou o professor.

“Essas mulheres estão presas em um edificado construído para homens, ou pelo menos construídos de uma forma neutra que não assiste às suas particularidades quanto ao edificado, à política, aos recursos que são disponibilizados. E é por isso, depois, que temos problemas gravíssimos relacionados com necessidades mais primárias das mulheres, como seja o material descartável para higiene íntima particular da mulher” , destacou Marco Ribeiro.

O encontro, que contou com o apoio da Escola Superior (ESMP) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Cidadania (CAO Cidadania), ocorreu no Centro Cultural Rossini Alves Couto, na Boa Vista, e foi transmitido pelas redes sociais do MPPE e no canal no Youtube onde encontra-se disponível na íntegra.