O protesto “Não é só pelos Centavos” de Caruaru está marcado para o próximo sábado (22). A manifestação nem ocorreu ainda, mas já virou motivo de discussões exaltadas no Facebook. Parte do grupo, formada em maioria por membros de partidos, defende o uso de bandeiras na manifestação e outra garante que as bandeiras, principalmente que remetam a partidos ou movimentos, não serão aceitas na manifestação. Desde que os protestos foram iniciados Brasil a fora, que houve a tentativas de colocar bandeiras de partidos como PSTU, PCB e PCR, o que não foi aceitado pela maioria dos participantes.
No contexto
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Como não existem líderes definidos, a situação gerou troca de acusações na rede social. As críticas variam entre os internautas, como é o caso de Arnaldo Félix. “É um movimento apartidário. Se for pra levantar bandeira, que não a do Brasil, é melhor ficar em casa. Você é militante de um governo sujo e corrupto, a manifestação é contra o governo que você defende. Se for, vá sem bandeiras partidárias. Você é inteligente, não defenda essa podridão que comanda o Brasil”, postou.
A resposta veio da diretora de Juventude da prefeitura de Caruaru, Michelly Pereira. “Querido, tem gente aqui com muitas histórias de lutas e protestos, cito Léo Bulhões Xavier, Marcelo Serra Diniz, Louise Caroline e tantos outros, mas te trago uma coisinha, enquanto você brincava de carrinho eu já era Diretora de Comunicação do Grêmio da minha escola! Respeite nossas historia e nossas bandeiras que deram o direito de você hoje falar o que quiser”, rebateu.
Existem ainda os que defendem apenas a participação e evitam o choque, como é o caso do universitário Emerson Santos. “A rua é de todas as vozes e de todas as lutas e bandeiras. Sou contra o aparelhamento do movimento por um partido ou entidade, pois o movimento não tem dono. Mas sou a favor da participação das entidades estudantis, movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos de representação e etc. A rua é do povo. E o povo somos todos nós”, disse.
Discurso emendado por membros do PT em Caruaru, como a jornalista Amanda Samara. “Sinceramente, contraditório mesmo é se utilizar de um mecanismo da democracia (a manifestação pública) para se ter uma postura antidemocrática (a proibição do uso, tomar, queimar ou rasgar as bandeiras políticas de quem estão com elas). O fato de ter militantes partidários presentes, não significa que o movimento está sendo puxado por algum partido. Significa, apenas, que o militante está exercendo o SEU DIREITO DEMOCRÁTICO de se manifestar e estar com a bandeira que se sente representado/a. As lutas por democracia, combate à corrupção, reforma política e tantas outras pautas, são feitas dentro e fora dos partidos. Temos que ter cuidado para que nossa luta por garantia de direitos, melhores condições de vida, dignidade, e tudo mais, não seja invertida numa luta que infrinja os princípios da democracia. Sigamos todos/as de mãos dadas. Afinal, o que une a tod@s, apesar das diferenças, é a crença num futuro melhor, é para isso que ocupamos as ruas”, citou.
E há os que preferem a tese de apenas protestar, como é o caso de Michael Douglas. “#PESSOAL, algo que importa!
Um Movimento contra a Corrupção aqui em Caruaru TAMBÉM, se você não for; ao menos curta e compartilhe como forma de apoio e divulgação, afinal; essa Luta é POR NÓS!”, disse. Mais de nove mil pessoas já confirmaram presença pela página oficial do facebook, do movimento que pode ser o maior da recente história política da cidade.
VEREADORES
Em paralelo, vereadores caruaruenses já começaram a se posicionar sobre os protestos. Gilberto de Dora (PSB) e Jajá (MD), por exemplo, declararam-se a favor dos protestos por todo o Brasil e chegaram a dizer que participariam do manifesto no sábado. Já o líder da base do governo na Câmara de Caruaru, Dr. Demóstenes (PSD), ressaltou que os protestos não são contra governos e sim contra deficiências sociais históricas no país. Contudo, sem citar nomes, ele fez um alerta aos vereadores que, segundo ele, querem tirar proveito do protesto, ao dizer que o protesto não é espaço para fazer joguete político.