O governador Eduardo Campos (PSB) concedeu breve entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (22), durante visita ao Polo de Distribuição de Cana de Açúcar, na sede do IPA Experimental, em Caruaru. Ele falou sobre o início da distribuição de palha de cana-de-açúcar para produtores de pecuária e reforçou a importância das ações da Operação Seca, ponderando também que essas ações visam o pós-seca, para que seja possível equilibrar a produção durante as próximas estiagens.
No contexto
“Nós estamos com sies polos como esse no agreste pernambucano, concentrando cana-de-açúcar da zona da mata de Pernambuco, e aqui estamos trazendo milho da Conab. Nesses polos, se congregam em torno de 12, 15 municípios. Há calendário semanal para que caminhões levem os produtos aos agricultores da agricultura familiar. Temos expectativa para que na segunda quadra do inverno seja melhor, para melhorar o pasto natural. Até lá, haverá 60 dias com cana de açúcar para cortar e transportar, com dezenas de caminhões, para cá. Também temos uma série de outras ações da Operação Seca, para que possamos não só atravessar essa seca, mas deixar uma estrutura para que na próxima secas haja condição melhor de travessia”, explicou Eduardo.
O governador ressaltou que houve uma queda significativa de produção de bovinocultura, com redução de 1 milhão de cabeças de gado, mas que esses dados estão sendo analisados para evitar mais perdas no futuro. “Houve 200 mil mortes de animais, 554 mil abates e transferências para outros estados e quando se soma tudo isso chega próximo a 1 milhão. E o nascimento também se reduz durante a estiagem, em média havia 400, 450 mil bezerras por ano, mas isso se reduz para 150 mil”, continuou. Para o socialista, o governo estadual está agindo adequadamente. “Nós estamos cumprindo o papel fazendo coisas que nunca foram feitas para recuperar nossa pecuária e recuperação também da caprino-ovino, que são mais resistentes a essa travessia da estiagem, pois consomem menos e são adaptadas à realidade do semiárido. Temos que nos preocupar com essa travessia, trazer ração, garantir água e, de outro lado, pensar no pós-seca, em continuar melhoria do nosso rebanho”, frisou.
METEOROLOGIA
Sobre as previsão de melhoras no inverno para a região agreste nos próximos meses, Eduardo se mostrou bastante apegado aos dados estatísticos para projetar um abrandamento da estiagem a partir de maio. “A meteorologia tem duas coisas. Uma é a estatística, a experiência, o que a gente já viu passar com as última secas. É raro uma seca muito dura ser só de um ano. Os mais velhos sabem disso e os estatísticos também. A seca dobra, na verdade. Em 2010, o inverno não foi lá essas coisas, foi fraco, mas estávamos com os reservatórios cheios, porque 2009 foi bom. Mas então, veio a estiagem na sequência e esse ano a gente viu que seca dobrou. No agreste, a primeira quadra do inverno acontece agora. Teremos março e abril seco e a chuva deve vir depois da quaresma e segundo os meteorologistas, em maio e junho teremos um inverno melhor do que no ano passado. Isso vai dar como um todo, um inverno melhor do que 2012 e se aproximando da média. Estamos esperançosos”, completou o governador.