
O Tesouro Nacional anunciou que a dívida pública federal do Brasil atingiu a marca de R$ 7,3 trilhões, um valor equivalente a três vezes o PIB da Argentina. O crescimento da dívida reflete o desafio do governo em equilibrar as contas públicas, principalmente diante do alto custo dos juros.
Desse total, R$ 762 bilhões (cerca de 10%) referem-se somente a juros, um valor superior ao orçamento destinado à educação e saúde no último ano somados. A dívida pública é composta pelos recursos que o governo toma emprestado no mercado financeiro através da emissão de títulos públicos. Esse dinheiro é utilizado para cobrir despesas que não podem ser pagas apenas com a arrecadação de impostos.
O grande problema é que 95% dessa dívida está atrelada à Selic, a taxa básica de juros do Brasil. Isso significa que sempre que a Selic sobe, o custo da dívida pública aumenta ainda mais, tornando a situação fiscal do país mais delicada.
Para se ter uma ideia do impacto disso, a dívida bruta do país já corresponde a 76% do PIB e a expectativa do mercado é que chegue a R$ 8,5 trilhões até o final de 2025. Outro dado preocupante é que o Brasil é o país que mais gasta com juros no mundo, possuindo um endividamento em relação ao PIB maior do que outras economias emergentes, como Índia e Colômbia.
O aumento da dívida pública e o custo dos juros são fatores que geram apreensão no mercado financeiro e podem impactar diretamente a economia, influenciando desde a inflação até os investimentos e o crescimento do país.