A advogada Diana Câmara permanece oficialmente na lista sêxtupla de indicados ao cargo de desembargador(a) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pelo Quinto Constitucional da OAB, independentemente de estar ou não enquadrada na cota racial. A confirmação foi feita pela própria candidata, que reforça não haver qualquer irregularidade em sua candidatura, tampouco risco de sua exclusão do processo.
Diana foi a segunda mulher mais votada entre todos os candidatos, com 5.293 votos da advocacia pernambucana, o que também lhe garantiu a terceira posição na classificação geral. Dessa forma, mesmo que não seja considerada cotista racial, seu nome permanece na lista pelo critério de votação, com base na classificação geral.
A disputa em torno das cotas raciais envolve diretamente outras duas candidatas: Ana Paula Azevedo e Taciana de Castro. Ana Paula teve a autodeclaração racial validada e ficou em quarto lugar entre as mulheres, enquanto Taciana foi a terceira mulher mais votada. Ambas judicializam a permanência na lista sêxtupla, em razão da indefinição quanto à condição de cotista de Diana Câmara. A depender da decisão final, uma das duas poderá sair da lista, já que o número de vagas femininas e cotistas é limitado.
Diana sempre se autodeclarou parda e concorreu ao pleito como cotista. Entretanto, a banca de heteroidentificação da UFPE, composta por especialistas, indeferiu sua autodeclaração por maioria (3 votos a 2). Em seguida, a candidata obteve liminar favorável junto ao Conselho Federal da OAB, que lhe assegurou o direito de continuar na disputa como cotista. Após o pleito, no entanto, essa decisão foi revogada, sob o argumento de que a votação expressiva de Diana já lhe garantia presença na lista pela classificação geral, abrindo espaço para que outra candidata cotista, com autodeclaração validada, permanecesse como representante da cota racial.
Mesmo com o imbróglio jurídico envolvendo as demais postulantes, o nome de Diana Câmara segue assegurado na lista sêxtupla que será encaminhada ao TJPE, em um processo que ainda terá as etapas finais conduzidas pelo tribunal e pelo governador do estado, a quem cabe a nomeação da nova desembargadora.
